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São Paulo, sábado, 01 de março de 2003

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CLÓVIS ROSSI

Procura-se plano B

SÃO PAULO - Quem acha que tem um plano econômico alternativo e viável pode enviá-lo com certa urgência para pr@planalto.gov.br.
É o endereço eletrônico de Luiz Inácio Lula da Silva, que anda bastante incomodado com essa coisa de ter de aumentar juros, aumentar o superávit primário -enfim, arrochar a economia.
A Folha ouviu, no Palácio do Planalto, que o presidente tende a não mais aceitar nem novo aumento de juros nem outra elevação do superávit fiscal (este, de todo modo, não será mesmo necessário).
A busca de um, digamos, plano B significa que o ministro Antonio Palocci Filho e seu programa, cópia do de Pedro Malan, esteja sendo rifado? Não, responde o deputado Delfim Netto (PPB-SP).
"Lula demonstra absoluta confiança no esquema que o Palocci montou", diz Delfim. Você vai perguntar, com toda a razão: o que o Delfim está fazendo num texto que fala do governo do PT?
Delfim é um discreto, mas constante, interlocutor da equipe econômica. Foi ele, por exemplo, quem apresentou os estudos (de resto citados na coluna semanal que ocupa na Folha) para demonstrar que a alta de juros, em qualquer circunstância, tem, sim, efeito contra a inflação.
Mesmo que não confiasse no "esquema Palocci", Lula não tem um plano B à mão.
O problema é que o próprio Delfim calcula que "a inflação vá continuar subindo até junho, cada vez menos, mas subindo". Bom, aí virão pressões para continuar aumentando os juros, o que colidirá com a disposição de Lula de não aceitar.
Nessas circunstâncias, um plano B tende a se tornar mais urgente dentro de três ou quatro meses.
O ministro Palocci aposta que, desaparecido o problema Iraque, cesse a pressão sobre o câmbio e, por extensão, sobre a inflação.
Nessa hipótese, o vigente plano A ganha sobrevida. Apostas?


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