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CRÉDITO AGRÍCOLA
O agronegócio brasileiro
tem apresentado uma rápida
expansão, inclusive conquistando
novos mercados no exterior, apesar
da queda no volume de financiamento bancário. A safra de grãos mais do
que dobrou, mas a oferta de crédito
caiu de R$ 50 bilhões, em 1979, para
R$ 22 bilhões, em 2002, uma queda
de 56,7%, já descontando a inflação.
Em 1979, havia R$ 1.221 em crédito
para cada tonelada de grão produzida. Atualmente, essa proporção diminuiu para apenas R$ 207.
A contração no volume de crédito
agrícola está associada a vários fatores. A despeito de o BC determinar
que pelo menos 25% dos depósitos à
vista sejam destinados ao setor, alguns bancos preferem deixar o dinheiro congelado no BC, dizendo
que não têm tradição no mercado
agrícola. Outros priorizam os grandes produtores e cooperativas, exigindo a safra como garantia. Diante
da escassez de crédito, acabou prevalecendo a troca de safra por insumos.
A agricultura familiar, uma das
mais carentes de crédito, sobretudo
para investimentos, enfrenta grandes restrições. O Programa Nacional
de Fortalecimento da Agricultura Familiar, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, procura sanar essa
carência. Para a safra 2002/2003, o
programa deve destinar R$ 4,2 bilhões aos pequenos agricultores, ou
19% do crédito agrícola total do país.
A expansão do crédito à agricultura
familiar é importante, pois é fonte de
renda e de emprego, mas não deve
comprometer os recursos destinados à agricultura comercial, sob o
risco de comprometer o abastecimento interno e as exportações. Segundo o IBGE, a agricultura familiar
representa 85,2% dos estabelecimentos rurais, mas responde por
37,9% do valor bruto da produção.
Deve-se, pois, procurar enfrentar o
desafio de expandir as linhas de crédito à agricultura familiar, sem prejudicar as linhas de financiamento
aos médios e grandes produtores.
Uma das alternativas seria assegurar
uma rentabilidade ao pequeno produtor, mediante aperfeiçoamentos
na política de preços mínimos.
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