São Paulo, terça-feira, 01 de abril de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Brasil, Zimbábue, ONU
"A reforma do Conselho de Segurança parece que se tornou uma obsessão não do Itamaraty, mas de certos setores da imprensa.
Só isso poderia explicar o editorial "Fausto tropical" (Opinião, 29/ 3), que, partindo da falsa noção de que a diplomacia brasileira "negocia sua reputação em troca de apoio para aquela veleidade", deixa de mencionar fatos relevantes e faz deduções equivocadas.
As eleições no Zimbábue não foram acompanhadas apenas pelos países salientados por este jornal. Também enviaram missões o Uruguai e a África do Sul, entre outros, além de praticamente todos os organismos regionais africanos, como a União Africana (UA), a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (Sadc) e o Mercado Comum da África Oriental e Austral (Comesa).
Todos os embaixadores residentes em Harare, inclusive os de países da União Européia e dos EUA, além do Brasil, foram credenciados para acompanhar o pleito. Houve também convites diretos a parlamentares, feitos pela ONG Lawyers for Human Rights.
Por fim, cabe notar que a participação brasileira foi estimulada não só pelo governo mas pela própria oposição no Zimbábue."
RICARDO NEIVA TAVARES, assessor do ministro das Relações Exteriores (Brasília, DF)

"Acreditamos que o fato de o Brasil ter aceito ser observador nas eleições do Zimbábue é histórico e bem-vindo. O que será inaceitável é que se abstenha de tecer críticas diante de fraudes e irregularidades no processo eleitoral.
A Folha, em editorial, afirmou que o Brasil, em busca de um assento no Conselho de Segurança, assume uma política externa neutra e que sua ida ao Zimbábue teria a função de legitimar o processo fraudulento.
Essa posição seria certamente condenável, assim como se a suposta neutralidade fosse traduzida em pura omissão, cumplicidade ou conivência diante da terrível situação do Zimbábue.
Um maior envolvimento do Brasil nas eleições foi solicitado por ativistas de direitos humanos daquele país em reuniões com parlamentares brasileiros e a Secretaria Especial dos Direitos Humanos."
LUCIA NADER coordenadora de Mobilização e Relações Internacionais da Conectas Direitos Humanos (São Paulo, SP)

Cartões
"Na coluna de Clóvis Rossi de 28/3 ("Corrupção por quilo'), há afirmações baseadas em fragmentos da minha fala na CPMI que induzem à total desinformação sobre o que eu disse e sobre o que eu faço.
1º) Jamais afirmei que "o caso da tapioca (...) era a escandalização do nada". A expressão foi utilizada no final da minha fala, quando mencionei a longa lista de 56 denúncias da imprensa que nós apuramos serem absolutamente vazias: "compra de bicho de pelúcia", que eram metros de veludo para festas militares, "levantamento de seios em clínica de estética", que era o pagamento de uma arma no desarmamento etc.
Após comentar o enorme "escândalo" feito em torno delas, afirmei (segue o texto) que, "entretanto, o folclórico, o pitoresco, chama a atenção no primeiro momento, e faz-se toda aquela farra, a euforia da escandalização do nada. Mas isso em nada invalida a importância da exposição completa dos gastos. (...)
Dos casos noticiados, 65% já foram justificados; 26% estão em apuração; cinco já foram sanados e apenas 4%, até agora, foram tidos, pela CGU, como não justificados. Porque, independentemente do caráter folclórico ou não, nós decidimos que todas as denúncias da imprensa a CGU iria apurar".
2º ) Como se vê, isso nada tem a ver com "tapioca" nem com os "valores envolvidos" (sejam grandes ou pequenos), como saiu na coluna, mas, sim, com o açodamento de alguns jornalistas, que não verificam os fatos antes de produzir o escândalo. Afirmei e repito que "a colaboração da imprensa é fundamental, (...) e sempre contei com a parceria do jornalismo investigativo, (...)
sem embargo de deslizes como esses".
3º) Creio que as medidas concretas tomadas pela CGU, colocando na internet esses gastos, para a fiscalização da sociedade, desautoriza qualquer acusação de que os vejamos como desimportantes.
4º) Em resumo, ao falar na "escandalização do nada", não desqualifiquei denúncias pelos seus valores, mas, sim, por serem falsas e mentirosas."
JORGE HAGE, ministro-chefe da Controladoria Geral da União (Brasília, DF)

Dossiê
"Os políticos aprendem com o jornalismo. Afinal, pinçar de um conjunto as informações mais bombásticas é o que a mídia faz o tempo todo no Brasil -e nunca vejo seus articulistas de página 2 escreverem que isso é manipulação."
MARIO RUI FELICIANI (São Paulo, SP)

Carro no corredor
"A reportagem "Carro de secretário invade corredor de ônibus" (Cotidiano, 29/3) deixa dúvidas quanto à presença do secretário Ricardo Montoro no veículo oficial e o expõe gratuitamente. No momento da foto, o secretário estava trabalhando no seu gabinete, tendo ido ao trabalho, inclusive, com seu carro particular."
MARIA ISABEL PEREIRA, assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Participação e Parceria (São Paulo, SP)

Nota da Redação - A reportagem trouxe quatro vezes a afirmação da assessoria do secretário de que ele não estava no veículo.

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