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Brasil, Zimbábue, ONU
"A reforma do Conselho de Segurança parece que se tornou uma obsessão não do Itamaraty, mas de
certos setores da imprensa.
Só isso poderia explicar o editorial "Fausto tropical" (Opinião, 29/
3), que, partindo da falsa noção de
que a diplomacia brasileira "negocia
sua reputação em troca de apoio
para aquela veleidade", deixa de
mencionar fatos relevantes e faz
deduções equivocadas.
As eleições no Zimbábue não foram acompanhadas apenas pelos
países salientados por este jornal.
Também enviaram missões o Uruguai e a África do Sul, entre outros,
além de praticamente todos os organismos regionais africanos, como
a União Africana (UA), a Comunidade para o Desenvolvimento da
África Austral (Sadc) e o Mercado
Comum da África Oriental e Austral (Comesa).
Todos os embaixadores residentes em Harare, inclusive os de países da União Européia e dos EUA,
além do Brasil, foram credenciados
para acompanhar o pleito. Houve
também convites diretos a parlamentares, feitos pela ONG Lawyers
for Human Rights.
Por fim, cabe notar que a participação brasileira foi estimulada não
só pelo governo mas pela própria
oposição no Zimbábue."
RICARDO NEIVA TAVARES, assessor do ministro
das Relações Exteriores (Brasília, DF)
"Acreditamos que o fato de o Brasil ter aceito ser observador nas
eleições do Zimbábue é histórico e
bem-vindo. O que será inaceitável é
que se abstenha de tecer críticas
diante de fraudes e irregularidades
no processo eleitoral.
A Folha, em editorial, afirmou
que o Brasil, em busca de um assento no Conselho de Segurança, assume uma política externa neutra e
que sua ida ao Zimbábue teria a
função de legitimar o processo
fraudulento.
Essa posição seria certamente
condenável, assim como se a suposta neutralidade fosse traduzida em
pura omissão, cumplicidade ou conivência diante da terrível situação
do Zimbábue.
Um maior envolvimento do Brasil nas eleições foi solicitado por
ativistas de direitos humanos daquele país em reuniões com parlamentares brasileiros e a Secretaria
Especial dos Direitos Humanos."
LUCIA NADER coordenadora de Mobilização e Relações Internacionais da Conectas Direitos Humanos (São Paulo, SP)
Cartões
"Na coluna de Clóvis Rossi de
28/3 ("Corrupção por quilo'), há
afirmações baseadas em fragmentos da minha fala na CPMI que induzem à total desinformação sobre
o que eu disse e sobre o que eu faço.
1º) Jamais afirmei que "o caso da
tapioca (...) era a escandalização do
nada". A expressão foi utilizada no
final da minha fala, quando mencionei a longa lista de 56 denúncias
da imprensa que nós apuramos serem absolutamente vazias: "compra
de bicho de pelúcia", que eram metros de veludo para festas militares,
"levantamento de seios em clínica
de estética", que era o pagamento de
uma arma no desarmamento etc.
Após comentar o enorme "escândalo" feito em torno delas, afirmei
(segue o texto) que, "entretanto, o
folclórico, o pitoresco, chama a
atenção no primeiro momento, e
faz-se toda aquela farra, a euforia da
escandalização do nada. Mas isso
em nada invalida a importância da
exposição completa dos gastos. (...)
Dos casos noticiados, 65% já foram
justificados; 26% estão em apuração; cinco já foram sanados e apenas 4%, até agora, foram tidos, pela
CGU, como não justificados. Porque, independentemente do caráter folclórico ou não, nós decidimos
que todas as denúncias da imprensa
a CGU iria apurar".
2º ) Como se vê, isso nada tem a
ver com "tapioca" nem com os "valores envolvidos" (sejam grandes ou
pequenos), como saiu na coluna,
mas, sim, com o açodamento de alguns jornalistas, que não verificam
os fatos antes de produzir o escândalo. Afirmei e repito que "a colaboração da imprensa é fundamental,
(...) e sempre contei com a parceria
do jornalismo investigativo, (...)
sem embargo de deslizes como
esses".
3º) Creio que as medidas concretas tomadas pela CGU, colocando
na internet esses gastos, para a fiscalização da sociedade, desautoriza
qualquer acusação de que os vejamos como desimportantes.
4º) Em resumo, ao falar na "escandalização do nada", não desqualifiquei denúncias pelos seus valores, mas, sim, por serem falsas e
mentirosas."
JORGE HAGE, ministro-chefe da Controladoria Geral da União (Brasília, DF)
Dossiê
"Os políticos aprendem com o
jornalismo. Afinal, pinçar de um
conjunto as informações mais bombásticas é o que a mídia faz o tempo
todo no Brasil -e nunca vejo seus
articulistas de página 2 escreverem
que isso é manipulação."
MARIO RUI FELICIANI (São Paulo, SP)
Carro no corredor
"A reportagem "Carro de secretário invade corredor de ônibus" (Cotidiano, 29/3) deixa dúvidas quanto à presença do secretário Ricardo
Montoro no veículo oficial e o expõe gratuitamente.
No momento da foto, o secretário
estava trabalhando no seu gabinete,
tendo ido ao trabalho, inclusive,
com seu carro particular."
MARIA ISABEL PEREIRA, assessoria de imprensa da
Secretaria Municipal de Participação e Parceria
(São Paulo, SP)
Nota da Redação - A reportagem
trouxe quatro vezes a afirmação
da assessoria do secretário de
que ele não estava no veículo.
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