![]() São Paulo, quarta-feira, 01 de maio de 2002 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES DIA DO TRABALHO Prioridades em 2002
PAULO JOBIM
O desempenho positivo do FGTS nos últimos dois anos permite afirmar que o ministério está preparado para fazer o pagamento do complemento referente aos planos Verão e Collor 1 a todos os trabalhadores que aderirem ao acordo fechado entre o governo, as centrais sindicais e as confederações patronais. Dentro do processo de modernização da legislação trabalhista, a seu turno, o Ministério do Trabalho e Emprego continuará defendendo propostas de alteração que prestigiem a via da negociação para a solução dos conflitos inerentes às relações de trabalho. Busca-se, assim, garantir a prevalência dos direitos coletivos sobre os individuais e estimular a cooperação e a autocomposição. Ao mesmo tempo, fortalece-se o papel dos atores sociais envolvidos diretamente nessas relações. Nesse contexto, o ministério estimulará a conciliação extrajudicial, por meio de um programa de incentivo à criação de novas comissões de conciliação prévia, que hoje totalizam 1.166. No mesmo sentido, a atuação, em âmbito nacional, dos núcleos especializados de combate à discriminação no trabalho das Delegacias Regionais do Trabalho serão ampliadas e consolidadas. O objetivo desses núcleos é apurar denúncias, negociando a solução de conflitos e auxiliando, inclusive, na orientação sobre preenchimento de cotas legais de contratação de portadores de deficiência. O ministério enfrentará, com mais empenho ainda, o problema da informalidade: a marca, obtida em 2001, de 520 mil registros diretos de trabalhadores por meio de ações fiscais será superada. Para isso, os "condomínios de empregadores", instituídos especialmente para a regularização do trabalhador rural, serão utilizados. Além dessas iniciativas de combate à informalidade, está sendo elaborada uma proposta que possibilitará a fruição de muitos dos benefícios previdenciários e laborais a trabalhadores eventuais, como diaristas domésticos, encanadores e eletricistas, estimados em 10 milhões de cidadãos. Trata-se de estabelecer procedimentos simplificados de formalização, permitindo sua inscrição no Programa de Integração Social. A execução dessas ações prioritárias constitui um grande desafio. Para lograr êxito, o Ministério do Trabalho estreitará o diálogo com o Congresso Nacional, com as centrais sindicais e as confederações patronais, com o Tribunal Superior do Trabalho e com o Ministério Público do Trabalho. Ainda que muito já tenha sido realizado, ainda há muito a ser feito até o fim de 2002. A atuação do Ministério do Trabalho e Emprego, nesse período, será marcada pela ousadia e pelo empenho em superar suas metas, ajudando, assim, a garantir as condições necessárias para a realização do imenso potencial, profissional e, acima de tudo, humano, do povo brasileiro. Paulo Jobim, 59, professor licenciado de economia da Universidade de Brasília, é ministro do Trabalho e Emprego. Texto Anterior: Frases Próximo Texto: João Antônio Felício: É hora de prestar contas Índice |
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