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MIGRAÇÃO DE EMPREGOS
De acordo com pesquisa divulgada por Marcio Pochmann, da Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da
Prefeitura de São Paulo, os países desenvolvidos colheram melhores resultados sociais nos últimos anos do
que os em desenvolvimento. Em
1980, havia cinco países integrantes
do G-7 (grupo dos países mais ricos
do mundo) entre os oito países com
maior número de desempregados.
Em 2000, eram três (EUA, Alemanha
e Japão). Os países em desenvolvimento fizeram o caminho inverso.
Reforça-se a tese de que um ciclo de
introdução de inovações, como o
ocorrido nos anos 90 nos principais
países desenvolvidos, se ocasiona o
chamado "desemprego tecnológico", simultaneamente aumenta as
possibilidades de crescimento de um
país, pois impulsiona vários setores.
Os dados referentes ao Brasil são
preocupantes. Em 1980, o país concentrava 2,6% da População Economicamente Ativa (PEA) e 1,7% dos
desempregados no mundo. Em
2000, possuía 3% da força de trabalho e 7% dos desempregados.
Comparar o número absoluto de
desempregados entre países com
populações tão díspares pouco significa. Mas a evolução, ao longo das
décadas, desses índices comparados
esboça uma tendência global de migração do emprego.
A elevação no número de desempregados no Brasil está associada à
crise do modelo desenvolvimentista
do início dos anos 80 e à decisão de
aprofundar a abertura comercial e financeira nos anos 90. A abertura comercial desencadeou uma racionalização da estrutura produtiva, com
eliminação de postos de trabalho. A
liberalização financeira aumentou a
dependência do capital externo, o
que limitou o crescimento do produto em meio a flutuações do emprego.
Neste momento, em que os principais partidos políticos se preparam
para apresentar seus programas de
governo, eles têm uma excelente
oportunidade para redefinir o modelo de desenvolvimento do país. Vale
dizer, garantir a estabilidade da moeda com a retomada do crescimento.
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