São Paulo, sábado, 01 de junho de 2002

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MIGRAÇÃO DE EMPREGOS

De acordo com pesquisa divulgada por Marcio Pochmann, da Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura de São Paulo, os países desenvolvidos colheram melhores resultados sociais nos últimos anos do que os em desenvolvimento. Em 1980, havia cinco países integrantes do G-7 (grupo dos países mais ricos do mundo) entre os oito países com maior número de desempregados. Em 2000, eram três (EUA, Alemanha e Japão). Os países em desenvolvimento fizeram o caminho inverso.
Reforça-se a tese de que um ciclo de introdução de inovações, como o ocorrido nos anos 90 nos principais países desenvolvidos, se ocasiona o chamado "desemprego tecnológico", simultaneamente aumenta as possibilidades de crescimento de um país, pois impulsiona vários setores.
Os dados referentes ao Brasil são preocupantes. Em 1980, o país concentrava 2,6% da População Economicamente Ativa (PEA) e 1,7% dos desempregados no mundo. Em 2000, possuía 3% da força de trabalho e 7% dos desempregados.
Comparar o número absoluto de desempregados entre países com populações tão díspares pouco significa. Mas a evolução, ao longo das décadas, desses índices comparados esboça uma tendência global de migração do emprego.
A elevação no número de desempregados no Brasil está associada à crise do modelo desenvolvimentista do início dos anos 80 e à decisão de aprofundar a abertura comercial e financeira nos anos 90. A abertura comercial desencadeou uma racionalização da estrutura produtiva, com eliminação de postos de trabalho. A liberalização financeira aumentou a dependência do capital externo, o que limitou o crescimento do produto em meio a flutuações do emprego.
Neste momento, em que os principais partidos políticos se preparam para apresentar seus programas de governo, eles têm uma excelente oportunidade para redefinir o modelo de desenvolvimento do país. Vale dizer, garantir a estabilidade da moeda com a retomada do crescimento.



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