São Paulo, segunda-feira, 01 de julho de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Pentacampeões
"Somos Campeões do mundo. Definitivamente, somos os melhores do planeta. O futebol brasileiro reconquistou o respeito e a hegemonia que estavam sendo esquecidos devido à crise por que passa. Nenhuma seleção alcançou a façanha de ser cinco vezes campeã do mundo. O futebol brasileiro, além de ser objetivo, mostrou ao planeta que continua tendo o brilho e a graça que só a seleção canarinho pode mostrar. Mesmo com toda a mudança do futebol, e até o "business" controlando o esporte, ainda é impossível não se emocionar com o nosso futebol. Parabéns Brasil!"
Felipe Brosco (São Paulo, SP)

"Algumas pessoas reclamam por causa do excesso de comemorações da Copa. Dizem que os buzinaços acordam bebês, assustam cachorros e não permitem que os vestibulandos decorem aquela terrível fórmula de física. Deixem o povo comemorar. São apenas alguns dias de felicidade a cada quatro anos de desemprego, de violência, de fome, de secas, de apagões, de caladões e de ladrões. Viva o penta! Que venha o hexa!"
Alvaro Tadeu Silva (São Paulo, SP)

"Gostaria de ver essa euforia efêmera dos brasileiros com o penta ser aplicada nas ruas em favor de um país mais justo e mais digno, onde o verdadeiro campeão seria o povo."
Cláudio Faria Leite (Divinópolis, MG)

"No final da transmissão do jogo de ontem, uma frase de Falcão deixou-me pensativo: "Com esse futebol, e com a seleção, orgulho-me de ser brasileiro". Que frase linda! Mas não seria mais bonita se, a partir de hoje, o povo pudesse cobrar, como cobrou de Felipão, mais empenho de nossos governantes para que mudem a realidade de nosso povo? Não seria melhor se pudéssemos ter orgulho não apenas da seleção mas de nosso país? Hoje, em nosso país, temos apenas circo, pois o pão já se acabou há muito tempo. Hoje sobra apenas pobreza, resultado talvez do nosso próprio povo, que não sabe cobrar com empenho de quem tem de ser cobrado. Para os milhões de desempregados e famintos, hoje será mais um dia em busca de emprego, de comida e de dignidade -perdida há muito tempo."
Cristiano Sandoval (São Paulo, SP)

"Nós merecemos, meu Brasil. Nós sofremos, choramos, lutamos. Muitos de nós são pobres, miseráveis, injustiçados. Mas hoje, vertendo o pranto da alegria, só há o que comemorar: o meu Brasil, o nosso Brasil é pentacampeão mundial! Esse é o verdadeiro Brasil. Nada nem ninguém jamais irá tirar de nós essa força que nos impulsiona, que nos faz, sempre, sobrepujar obstáculos descomunais."
Eduardo Guimarães (São Paulo, SP)

"Parabéns, Brasil! Mas o nome da seleção é Luiz Felipe Scolari -pelo que fez e pela sua humildade após o jogo, sem mostrar estrelismo, sem frases de efeito e deixando os louros para os jogadores. Parabéns, Felipão, pelo apoio a Ronaldo e por sua teimosia -e que teimosia!"
Jurandi de Cerqueira Mendes (Ribeirão Preto, SP)

"É claro que todos nós estamos contentes com a vitória da seleção no Japão. Torcemos e sofremos bastante desde as eliminatórias para esse Mundial. Mas o "chato" de termos faturado o caneco é o seguinte: será que vamos continuar com os "Ricardos Teixeiras", "Euricos Mirandas" e outros comandando a coisa por aqui? Afinal, com uma conquista desse porte, essas pessoas podem alegar que está tudo muito bem, que está tudo muito bom. Parabéns a Scolari e a seus comandados."
Aristóteles de Aleluia Júnior (Rio de Janeiro, RJ)

"A Folha foi ridícula na cobertura da Copa. O Brasil, quando ganhava, recebia como prêmio manchetes do tipo: "Brasil ganha jogando mal", "Juiz ajuda o Brasil". De uns dias para cá, o discurso foi abrandado quando se viu que as trágicas manchetes se mostravam inconsistentes diante do excelente trabalho da seleção. Parabéns ao Brasil e aos jornalistas que acreditaram na seleção. Uma crítica pode ser construtiva, mas, de preferência, após um resultado insatisfatório, coisa que o Brasil não teve nessa Copa."
Ricardo Silva Varea (São Paulo, SP)

"No Brasil, tudo o que não depende de nossos governantes nem de nossos políticos em geral dá certo. Basta dar uma olhada nos esportes, nas artes, na literatura, nas ciências, na medicina, na arquitetura. Enfim, em todas as atividades que só dependem do esforço, da criatividade e da competência dos brasileiros. A vitória de ontem ilustra isso bem. Esperemos que agora essa turma que vem afundando o nosso país não queira faturar em cima do esforço alheio. Que tenham um mínimo de pudor."
Aloísio J. Antunes (Campinas, SP)

"A queda do "muro de Berlim" -Oliver Kahn- pelas marretadas certeiras de Ronaldo demonstrou ao mundo e principalmente aos brasileiros o que é preciso para chegar a uma grande conquista: determinação -confundida algumas vezes com teimosia-, união e trabalho. Parabéns a Felipão, aos "erres" e a todas as outras letras que, juntas, formaram a palavra "penta".
Paulo Rogério B. Rocco (Tambaú, SP)

TRT-SP
"Na sexta-feira passada, o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto foi condenado a oito anos de prisão por lavagem de dinheiro e por tráfico de influência. Também terá de pagar multa e perderá bens. É interessante notar que ele foi condenado por lavagem de dinheiro, mas não foi condenado por peculato, o que parece ser bastante contraditório. Fica a pergunta: se ele não roubou, que dinheiro ele lavou?"
Fábio Amorim (Campinas, SP)

Senado
"Em 28/6, a Folha publicou, na pág. A6 (Brasil), foto minha no momento em que, da Tribuna do Senado, eu fazia um discurso saudando a seleção brasileira por seu excelente desempenho, enaltecendo o exemplo que os jogadores e Felipão estavam dando para todos os brasileiros -ao elevar a nossa auto-estima- e desejando que jogassem muito bem contra a Alemanha. Ressaltei a importância de seguirmos o exemplo da seleção de futebol -em que é importante a coordenação dos esforços de todos- em outros campos de atividade, como na aplicação dos instrumentos de política econômica que possam finalmente fazer do Brasil uma sociedade justa e civilizada, que possa crescer de acordo com a nossa potencialidade, promovendo mais oportunidades de emprego e uma melhor distribuição da renda. Durante o pronunciamento, que fiz com a camiseta da seleção sobre a camisa e a gravata como parte da homenagem, tive a iniciativa de tirar o paletó para que a camiseta fosse vista por inteiro, colocando-o de volta ao encerrar o discurso, que foi aplaudido pelos presentes, até mesmo pelos deputados federais que haviam chegado para a sessão conjunta do Congresso Nacional. Diferentemente do que registrou a legenda da foto feita por Sérgio Lima -cujo testemunho registra corretamente o episódio, mas não foi considerado pelo editor da legenda-, o presidente Ramez Tebet também aplaudiu meu gesto, com as seguintes palavras: "Senador Eduardo Suplicy, vamos cumprir a resolução nº 20 (referente ao Código de Ética) do Senado da República, aplaudindo o gesto de V. Exª. A camisa do Brasil, por dentro do paletó, por fora do paletó, é a bandeira do Brasil, é a torcida que V. Exª. está fazendo, que todos estamos fazendo"."
Eduardo Matarazzo Suplicy, senador -PT-SP (São Paulo, SP)
Resposta da jornalista Luiza Damé - O senador tem razão. O presidente Ramez Tebet (PMDB-MS) aplaudiu o seu ato e não pediu literalmente que ele colocasse o paletó. Mas citou a resolução 20, que remete às normas de conduta da Casa, as quais prevêem uso de paletó em plenário.


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