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CLÓVIS ROSSI
Programa de índio
SÃO PAULO - Socializo resposta
que dei a um leitor e a uma leitora
que queriam saber a razão pela
qual não comentei, até agora, a safra mais recente de pesquisas, as
primeiras a dar vantagem a Dilma
Rousseff sobre José Serra.
É simples, com perdão pela presunção: antecipei essa possibilidade no já remoto 28 de fevereiro, dia
em que o Datafolha apontava a redução (para quatro pontos) da vantagem de Serra sobre Dilma.
Escrevi então o seguinte: "A surpresa, pelo menos do meu ponto de
vista, na pesquisa Datafolha que
este jornal publica hoje, não é o fato
de Dilma Rousseff ter reduzido bastante a desvantagem em relação a
José Serra, mas o fato de Serra ainda estar à frente".
Depois, explicava que o elemento a meu ver decisivo no pleito de
outubro seria o que os ingleses chamam de "feel good factor". Traduzindo e copiando a mim mesmo:
"Nestes últimos 50 anos, em que as
eleições brasileiras foram se massificando, jamais houve outro pleito
em condições tão favoráveis para o
governo como o deste ano".
Bastaria ao governo convencer o
público de que o nome de Lula agora é Dilma, conforme o próprio Lula
declarou faz pouco.
Esse convencimento está ocorrendo, mostram as pesquisas.
O horário de propaganda obrigatório só tende a fazer com que essa
tendência aumente, a ponto de que
a surpresa, pelo menos para mim,
será se as pesquisas dos próximos
30 ou 45 dias não mostrarem a perspectiva de vitória de Dilma já no
primeiro turno.
Ainda mais que a chance de José
Serra seria apostar no erro da adversária. Fez o inverso: caiu na palhaçada em torno do vice que terminou fornecendo a piada pronta que
dá título à coluna.
Dá até a impressão de que foi a
"equipe de inteligência" de Dilma
que bolou para o tucanato o roteiro
em exibição nos piores cinemas da
pátria. Grotesco.
crossi@uol.com.br
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