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Educação com método
A constatação de que alunos de
escolas públicas de São Paulo que
usam apostilas de sistemas de ensino se saem melhor na prova de
avaliação dos estudantes do ensino fundamental enseja reflexões
sobre a educação no país.
Do lado das preocupações, o
que o estudo realizado pelos pesquisadores Paula Louzano, Francisco Soares e Ana Carolina Zogbi
sugere é que, de um modo geral,
os professores não estão sendo capazes de estruturar suas aulas de
forma eficaz. Basta oferecer-lhes
um sistema que organiza um pouco melhor a disposição dos conteúdos -e o tempo em sala- para
obter melhorias significativas no
desempenho dos alunos.
De acordo com a pesquisa, que
foi apresentada em seminário patrocinado pela Fundação Lemann, o ganho médio dos estudantes que se valiam de apostilas
foi de cinco pontos na Prova Brasil. A escala utilizada por esse exame pressupõe uma progressão de
12 pontos a cada ano. Isso significa que a adoção de um sistema de
ensino equivale, grosso modo, a
meio ano de aulas.
Tais resultados mostram o
quanto há a avançar na formação
dos professores, em especial no
que diz respeito à estruturação
das aulas. Não é de hoje que se
suspeita que as faculdades de pedagogia dedicam tempo demais a
elucubrações teóricas e sacrificam
aspectos mais essenciais da tarefa
de ensinar a ensinar.
O lado positivo da história é que
se abre um novo leque de opções
para melhorar a qualidade do ensino público. As secretarias de
educação e o próprio Ministério da
Educação precisam estudar seriamente a possibilidade de adotar,
pelo menos em algumas situações, sistemas padronizados.
Eles podem não ser a materialização dos mais elevados ideais pedagógicos, mas, se funcionam
melhor do que os métodos hoje
oferecidos, seria uma temeridade
dispensá-los com base apenas em
preferências ideológicas.
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