São Paulo, quinta-feira, 01 de julho de 2010

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Editoriais

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Educação com método

A constatação de que alunos de escolas públicas de São Paulo que usam apostilas de sistemas de ensino se saem melhor na prova de avaliação dos estudantes do ensino fundamental enseja reflexões sobre a educação no país.
Do lado das preocupações, o que o estudo realizado pelos pesquisadores Paula Louzano, Francisco Soares e Ana Carolina Zogbi sugere é que, de um modo geral, os professores não estão sendo capazes de estruturar suas aulas de forma eficaz. Basta oferecer-lhes um sistema que organiza um pouco melhor a disposição dos conteúdos -e o tempo em sala- para obter melhorias significativas no desempenho dos alunos.
De acordo com a pesquisa, que foi apresentada em seminário patrocinado pela Fundação Lemann, o ganho médio dos estudantes que se valiam de apostilas foi de cinco pontos na Prova Brasil. A escala utilizada por esse exame pressupõe uma progressão de 12 pontos a cada ano. Isso significa que a adoção de um sistema de ensino equivale, grosso modo, a meio ano de aulas.
Tais resultados mostram o quanto há a avançar na formação dos professores, em especial no que diz respeito à estruturação das aulas. Não é de hoje que se suspeita que as faculdades de pedagogia dedicam tempo demais a elucubrações teóricas e sacrificam aspectos mais essenciais da tarefa de ensinar a ensinar.
O lado positivo da história é que se abre um novo leque de opções para melhorar a qualidade do ensino público. As secretarias de educação e o próprio Ministério da Educação precisam estudar seriamente a possibilidade de adotar, pelo menos em algumas situações, sistemas padronizados.
Eles podem não ser a materialização dos mais elevados ideais pedagógicos, mas, se funcionam melhor do que os métodos hoje oferecidos, seria uma temeridade dispensá-los com base apenas em preferências ideológicas.


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