|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NELSON MOTTA
Futuro do pretérito
RIO DE JANEIRO - Enquanto o
STF não decide sobre a obrigatoriedade de diploma para exercer o jornalismo, os blogs e sites explodem
livres no Brasil e no mundo, a internet multiplica as informações e opiniões, em absoluta liberdade, onde
cada um lê e diz o que quer, com incontáveis opções, que se ampliam a
cada dia, a cada minuto.
Será que a exigência do diploma
"melhorou" a nossa imprensa? Ou
impediu que, como em outras corporações, também surgissem legiões de assessores e incompetentes, de picaretas, fanáticos e ignorantes em geral, na pequena, média
e grande empresa? Certo é que
nunca as faculdades de jornalismo,
muitas são só fábricas de diplomas,
ganharam tanto. Já o público...
Na juventude, lia com entusiasmo as teorias anarquistas, sonhando com a plena liberdade e responsabilidade individual, com o fim do
Estado como pai, mãe, patrão ou religião. Para Proudhon, ser governado era ser observado, fiscalizado,
controlado, numerado, doutrinado,
avaliado, punido, autorizado, taxado, explorado, corrigido, licenciado,
comandado -sob o pretexto da utilidade pública- por criaturas que
não têm o direito, nem a sabedoria e
nem a virtude para isto. Grande
Proudhon.
Mas, o que é a internet, essa liberdade sem fronteiras, limites e controles, sem Estado, sem possibilidades de monopólios, burocracias e
aparelhamento político?
Às vezes deliro um pouco tentando imaginar como Proudhon, Marx
ou Freud teriam desenvolvido suas
teorias em um mundo com essas liberdades e possibilidades. Se soubessem que o planeta estaria todo
interligado e interagindo, sem intermediários. Parece um sonho
anarquista realizado, muito melhor
do que qualquer delírio libertário
futurista do século passado. Enquanto isso, em Brasília...
Texto Anterior: Brasília - Eliane Cantanhêde: Martírio Próximo Texto: José Sarney: A hora e a vez das listas Índice
|