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Metas flexíveis
A QUEDA renitente nos preços vai introduzindo a
possibilidade de o Banco
Central buscar um patamar de
inflação na parte inferior das
metas oficiais. A autoridade monetária estima em 20% a probabilidade de a variação da inflação
em 2006 ficar abaixo de 2,5%,
que é o piso da meta.
Na esteira dessa inesperada
desinflação, já há quem sugira
que o governo reduza o centro da
meta de inflação, que foi fixado
em 4,5% (com tolerância de dois
pontos percentuais para mais ou
para menos) para este ano, bem
como para 2007 e 2008.
É uma sugestão apressada. O
IPCA -índice que baliza as metas oficiais- camufla riscos. A inflação dos preços livres (definidos no mercado) e a dos bens comercializáveis (associados ao
dólar) têm sido ínfimas, dado o
baixo nível de atividade econômica e a valorização do real. Mas
a variação das tarifas indexadas
ainda persiste elevada.
Uma desvalorização cambial
ou uma aceleração do mercado
interno podem modificar a tendência dos preços. Com a economia ainda sujeita a choques, é
imprudente projetar a perpetuação da atual conjuntura.
Necessidade há de aperfeiçoar
o regime de metas no sentido de
torná-lo mais flexível, e não mais
rígido. Caso contrário, o custo
para a sociedade brasileira de
manter uma inflação inferior a
3% será muito alto, em termos
de baixo crescimento da produção, da renda e do emprego.
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