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OS SINAIS DO COPOM
Depois de o Banco Central ter
esfriado as expectativas sobre
futuros cortes de juros com as declarações de seu presidente dadas logo
após a redução de apenas um ponto
percentual na taxa Selic, o Copom
parece ter decidido estimular o ânimo dos agentes econômicos com a
divulgação da ata de sua última reunião. De fato, quebrando o protocolo
de não fazer referências explícitas à
trajetória futura dos juros, dessa vez
o BC incluiu em suas explicações
uma sinalização clara sobre seus
prováveis próximos passos: "O Copom avalia que deverá continuar havendo espaço para quedas adicionais
da taxa Selic no futuro".
A principal justificativa é que "perspectivas favoráveis" para a inflação
no médio prazo estariam sendo progressivamente consolidadas.
A análise do Copom, a rigor, constata o óbvio. Não apenas a taxa Selic
como aquelas efetivamente praticadas no crédito continuam muito elevadas, num quadro econômico que
permite -e exige- novos cortes.
Tratando-se, no entanto, de uma
administração que tem primado pelo excesso de conservadorismo, a recente elevação da inflação medida
pelo IPCA, (índice utilizado pelo
Banco Central) despertou inquietações sobre a possibilidade de um ritmo ainda mais lento -ou até mesmo descontínuo- no movimento
de queda da taxa básica. Afinal, um
aspecto fundamental do comportamento do BC tem sido sua fixação
nas oscilações da inflação em detrimento de outros aspectos da economia real. Para o ano que vem, o objetivo para a inflação é 5,5%, tendo a
autoridade monetária descartado a
possibilidade de usar a margem de
tolerância de 2,5 pontos percentuais
-que elevaria a meta para 8%.
Considerando que a inflação de
2003 deverá ficar em torno de 9,7%,
atingir uma meta de 5,5% em 2004
poderia exigir esforços extras. Nesse
caso, seria preciso ponderar os custos e os benefícios de trabalhar com a
meta ampliada (8%) para não restringir ainda mais o ritmo da retomada da atividade econômica.
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