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São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2003

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OS SINAIS DO COPOM

Depois de o Banco Central ter esfriado as expectativas sobre futuros cortes de juros com as declarações de seu presidente dadas logo após a redução de apenas um ponto percentual na taxa Selic, o Copom parece ter decidido estimular o ânimo dos agentes econômicos com a divulgação da ata de sua última reunião. De fato, quebrando o protocolo de não fazer referências explícitas à trajetória futura dos juros, dessa vez o BC incluiu em suas explicações uma sinalização clara sobre seus prováveis próximos passos: "O Copom avalia que deverá continuar havendo espaço para quedas adicionais da taxa Selic no futuro".
A principal justificativa é que "perspectivas favoráveis" para a inflação no médio prazo estariam sendo progressivamente consolidadas.
A análise do Copom, a rigor, constata o óbvio. Não apenas a taxa Selic como aquelas efetivamente praticadas no crédito continuam muito elevadas, num quadro econômico que permite -e exige- novos cortes.
Tratando-se, no entanto, de uma administração que tem primado pelo excesso de conservadorismo, a recente elevação da inflação medida pelo IPCA, (índice utilizado pelo Banco Central) despertou inquietações sobre a possibilidade de um ritmo ainda mais lento -ou até mesmo descontínuo- no movimento de queda da taxa básica. Afinal, um aspecto fundamental do comportamento do BC tem sido sua fixação nas oscilações da inflação em detrimento de outros aspectos da economia real. Para o ano que vem, o objetivo para a inflação é 5,5%, tendo a autoridade monetária descartado a possibilidade de usar a margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais -que elevaria a meta para 8%.
Considerando que a inflação de 2003 deverá ficar em torno de 9,7%, atingir uma meta de 5,5% em 2004 poderia exigir esforços extras. Nesse caso, seria preciso ponderar os custos e os benefícios de trabalhar com a meta ampliada (8%) para não restringir ainda mais o ritmo da retomada da atividade econômica.


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