São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Crise
"Caso o BNDES socorra as empresas que apostaram no câmbio, os administradores destas deveriam ser substituídos e punidos exemplarmente.
Não se pode incentivar ou premiar irresponsáveis, transferindo os prejuízos para a sociedade como um todo. Ademais, é preciso lembrar que os lucros são sempre privados.
Neste momento, o governo precisa investir em infra-estrutura, saneamento básico, saúde e educação, incentivar o desenvolvimento de tecnologia coerente com nossas potencialidades e vantagens competitivas e promover um debate em toda sociedade sobre um projeto de nação, ou seja, projeto ou metas de longo prazo.
O que queremos ser no futuro
Um país medíocre?"
MARCUS VINICIUS VERNUCCI DE ALVARENGA CAMPOS (São José do Rio Preto, SP)

Tortura
"É uma aberração jurídica o parecer e afrontosa à cidadania a posição da Advocacia Geral da União, por meio de seu ministro-chefe, José Antonio Dias Toffoli, de defender o ex-coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, apontado pelo Ministério Público Federal como torturador no período em que dirigiu o DOI-Codi ("Tarso volta a questionar AGU e cobra punição a torturador", Brasil, ontem).
Essa posição contraria todos os tratados e manifestações das comissões internacionais de direitos humanos. Tortura é um crime imprescritível.
Solidarizo-me com o pedido do ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, de reconsideração da decisão da Advocacia Geral da União de defender o ex-coronel.
O governo deve esclarecimentos às famílias dos mortos."
RUBENS NAVES, conselheiro fundador da Transparência Brasil (São Paulo, SP)

Financiamento
"A notícia de que o governo federal acertou com o BB e a CEF a criação de uma linha de crédito imobiliário exclusiva para servidores públicos federais ("Governo cria linha de crédito imobiliário para servidores", Dinheiro, ontem), que terá juros "mais baixos que os praticados no mercado", suscita uma forte indignação e, pelo menos, duas pertinentes indagações.
A primeira: com que direito a União, por meio dessas suas empresas, planeja beneficiar o seu funcionalismo, discriminando todos os demais brasileiros? A segunda: será essa uma medida de fato voltada ao enfrentamento de eventual retração do mercado imobiliário ou, oportunisticamente, destinada a elevar o cacife eleitoral do atual ocupante do Planalto quando de sua sucessão em 2010?"
RENATO CIORLIA FILHO (São Paulo, SP)

Monarquia
"Uma vez mais me alegro pela monarquia ter sido abolida definitivamente do país e pelo movimento monarquista ser total e absolutamente débil.
Dom Bertrand de Orleans e Bragança, a cada vez que fala, me enche de alegria, pois afasta cada vez mais o Brasil de qualquer opção monarquista com seu conservadorismo ultrapassado e sua péssima análise de quem não consegue enxergar além dos auditórios de conferência da TFP ("Dilemas do antiamericanismo", ontem).
Se Obama é uma propaganda, então imagino cá com meus botões o que foi a Guerra do Iraque, no Afeganistão e toda a "Guerra contra o Terror". O "certo tipo" de EUA defendido por dom Bertrand é, ao que parece, aquele sulista, ignorante e criacionista.
Felizmente não é isso o que queremos para o Brasil e, creio, nem para a maior potência mundial. Não se trata de mudar de um antiamericanismo para um "pró-americanismo", e sim de esperar que o mundo não seja mais violentado como foi sob o regime Bush."
RAPHAEL GARCIA (São Paulo, SP)

Beijo gay
"Ao contrário do que foi publicado na carta "Beijo gay na USP", ontem nesta seção, não acho que demonstrações públicas de afeto entre gays sejam ridículas.
O amor deve ser vivido e celebrado, e não ficar trancado no fundo de um armário.
Ridícula é a opinião de homossexuais mal resolvidos que, por ignorância ou medo, aceitam o discurso homofóbico da segregação."
ALEX FABIANO NOGUEIRA (São Paulo, SP)

 

"Nunca havia deparado com uma carta de leitor que tivesse me causado tanta indignação e tristeza como a do estudante de direito Júnior Araújo, publicada ontem. Assim como ele, sou gay e universitário.
Demonstrar afeto em público é algo a que nós, homossexuais, temos direito. Ele afirma que é mais contrário a um beijo gay em público do que a uma agressão física. Que belo advogado ou juiz ele será, defendendo que um crime previsto em lei (a agressão) é pior do que um simples beijo.
O leitor sugere que se espere até que um dia os héteros tenham piedade de nós e passem a nos respeitar. Mas a história nos ensina que as conquistas civis só são alcançadas com muita dor e suor. Se ele tem inveja de quem tem coragem, que se cale, em vez de ter o descaramento de dizer que o beijo que eu dou no meu namorado na rua é mais errado do que a homofobia sanguinária deste país."
TIAGO DA SILVA FERREIRA (Paulínia, SP)

 

"Aceitar as diferenças não é igual para todos. Alguns aceitam-nas facilmente; para outros é mais complicado.
Indo devagar, mostrando-se de maneira educada, todos vão ocupando o seu espaço naturalmente.
Um casal hétero se beijando e se agarrando em um lugar público já causa um certo constrangimento.
Um casal gay, com certeza, irá causar mais ainda.
O amor é lindo, mas certas práticas pedem um lugar adequado."
CRISTINA REGGIANI (Santana de Parnaíba, SP)

Polícia
"Repudiamos as declarações do coronel José Vicente da Silva Filho ("Painel do Leitor" de ontem).
A Polícia Civil de São Paulo, humilhada há anos e não ouvida, de forma cívica e legal chegou à greve.
Foram feitas muitas passeatas, sempre pacíficas. Reivindicações classistas despertam na sociedade o debate, como o que acontece agora.
Segurança pública não pode ser mais discutida apenas por sociólogos e teóricos.
A Polícia Judiciária, sem verba própria, não pode ter outro hollerith, exercer a profissão fora da instituição nem ser vinculada ao militarismo. Tem atribuições próprias e diferentes.
Desordem e desrespeito à população é invadir cativeiro, com hora marcada e transmissão ao vivo, levando à vítima a morte."
MARCOS ANTONIO GAMA, secretário-geral da Associação dos Delegados de Polícia do Estado (São Paulo, SP)

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