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INFLAÇÃO FUTURA
O Banco Central divulgou novo
Relatório de Inflação, em que
procura avaliar o desempenho do regime de metas inflacionárias, delinear um cenário prospectivo para o
comportamento dos preços e orientar a condução da política monetária.
Estimou que o Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) pode
atingir 9,5% em 2003 e 4,5% em
2004. A taxa de inflação ainda seria
relativamente elevada no próximo
ano devido à inércia dos aumentos
de preços registrado no quarto trimestre de 2002 e aos impactos da depreciação cambial sobre os reajustes
de preços administrados em 2003.
Se essa projeção for confirmada,
haveria o estouro da meta de inflação
estabelecida pelo governo, pelo terceiro ano consecutivo, a despeito de
três movimentos de alta nas taxas de
juros desde outubro. Em 2001, o IPCA fechou o ano em 7,67%, a meta
de inflação tinha como limite superior 6%. Para 2002, o BC está projetando o IPCA em 12,4%. A meta inicial para o índice de preços ao consumidor era de 3,5%, com possibilidade de 2 pontos percentuais para cima
ou para baixo. Para 2003, a meta de
inflação foi estabelecida em 4%, com
intervalo de tolerância de 2,5 pontos
percentuais para cima ou para baixo.
Isso resultaria em um teto máximo
de 6,5% para o IPCA.
As novas projeções do BC parecem
mais realistas, uma vez que os diferentes agentes econômicos estimam
o índice de preços ao consumidor
em torno de 11%, para o ano de 2003.
Essas projeções deveriam servir de
base para a definição das metas de
inflação, bem como para calibrar a
política monetária. Metas irrealistas
foram parâmetros relevantes para a
elevação da taxa de juro. Todavia, deve-se reconhecer que a economia
brasileira enfrentou um choque de
preço, desencadeado pela desvalorização cambial e, consequentemente,
alguns reajustes de preços tornaram-se inevitáveis. A adoção de metas de
inflação críveis e realistas permitiria
maior flexibilidade para a política
monetária, com menos ônus para a
arrecadação fiscal, o nível de atividade econômica e o emprego.
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