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JUROS DO FMI
A Comissão Conjunta de Economia do Congresso dos EUA
divulgou novo estudo -"O subsídio
nos empréstimos do FMI". O documento cobrou do Fundo Monetário
Internacional o descumprimento de
recomendação de uma lei aprovada
em 1998. Essa lei determinava que o
FMI aumentasse as taxas de juros cobradas nos seus empréstimos, tornando-as compatíveis com as exigidas pelas instituições privadas.
De acordo com o estudo, a taxa de
juro média cobrada pelo FMI (em
torno de 2,62% ao ano) estaria abaixo de uma taxa ajustada ao risco real
da maioria dos países tomadores de
recursos. Até mesmo a taxa cobrada
no Suplemental Reserve Facility
(SRF), a linha mais cara do FMI, seria
inferior aos juros cobrados pelos
bancos privados. Sugeriu, então, que
o FMI cobrasse taxas de juros que refletissem a média das taxas de mercado vigentes na véspera das crises
de balanço de pagamentos.
Numa conjuntura internacional
em que predomina a aversão ao risco, refletida na queda dos fluxos de
capitais aos países emergentes, discussões como essa parecem "fora de
lugar". Alguns congressistas americanos aparentemente não compreenderam o papel do Fundo na
gestão temporária de crises de balanço de pagamento. Nesses momentos, as economias ficam sujeitas a
episódios de pânico e fuga dos investidores, e torna-se importante a atuação de um emprestador de última
instância. Parecem desconsiderar
também o papel desempenhado pelo FMI na manutenção da ordem financeira internacional sob o comando dos EUA. Os EUA são o maior
acionista do Fundo -a cota americana representa 17,47% do capital total, o equivalente a US$ 50 bilhões-
e influenciam as suas decisões. Até
condicionam as negociações dos
programas de ajuste dos países devedores a fim de garantir a solvência do
sistema internacional. É inegável o
papel preponderante dos EUA no
FMI, mas os congressistas americanos exageram ao pretender legislar
sobre o Fundo, que, afinal, é uma organização multilateral.
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