 São Paulo, quinta-feira, 02 de janeiro de 2003 |
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PAINEL DO LEITOR Bom senso "Em 1979, quando de uma greve de metalúrgicos do ABC comandada por Lula, lembro-me de uma solução simples e emocionante que foi adotada quando a tropa de choque quis enfrentá-los. Todos, a uma só voz, entoaram o hino nacional. Eu acompanhava os acontecimentos pelo rádio, e correram-me lágrimas dos olhos. Hoje, 2003, Lula está tomando posse como presidente da República eleito pelo povo. E qual povo? O povo trabalhador, pobre, taxado, sem trabalho, sem teto e sem alimento. E, no entanto, ele toma posse vestido no seu terno "Ricardo Almeida", com sapato presenteado pela cidade de Franca, desfilando no Rolls-Royce presidencial, cercado de empregados, de poder, de dinheiro e de pessoas com boa vontade para auxilia-lo em seu governo. "É o protocolo!", dirão todos. Mas, como presidente, Lula deveria se desviar um pouco dessas regras e impor as suas próprias. Muitos de seus conterrâneos que sofrem com a seca e passam fome a vida toda nunca vislumbraram um automóvel. Para homenagear essa gente e o trabalho, acho que ele deveria ter desfilado a pé ou em uma carroça puxada por cavalos ou jegues (até a rainha da Inglaterra desfila em carruagem). Ficaria mais de acordo com as suas idéias. Que Deus ilumine a sua equipe e guie as suas mentes e os seus passos para que sigam certo e em frente e pensem com bom senso." Maria Aparecida de Souza Mafra (São Paulo, SP) Primeiras medidas "Uma das primeiras atitudes que o povo espera do governo Lula é a proposta ao Congresso de extinção do sistema de medidas provisórias, pois, no passado, a comunidade jurídica, o PT, a grande maioria do povo e o próprio Lula julgavam esse instrumento uma excrescência." Giovani Compagno (São Paulo, SP) Pessoa "O comovente artigo de Janio de Freitas sobre Lula ("Lula, uma pessoa", Brasil, 31/12) tem o peso de um diploma de boa procedência. Mais um diploma, Lula! Parabéns e obrigado, Janio!" Álvaro Wolmer (São Paulo, SP) Ideologias "O artigo de 31/12 do conspícuo Celso Furtado ("Confrontações ideológicas no Brasil", "Tendências/Debates", pág. A3) valeu a assinatura do jornal pelo ano todo -e também a sua renovação. Saudações sinceras a essa inteligência brasileira. "Salute" ao lúcido mestre." Carlos Áureo de Arruda Campos (Piracicaba, SP) Alfabetização "A deputada Esther Grossi (PT-RS), secretária nacional de Alfabetização, diz que o governo vai alfabetizar 20 milhões de adultos em quatro anos com R$ 7 bilhões. Diz que até maio de 2003 vai alfabetizar 100 mil pessoas. Só não disse quem irá atestar a execução do serviço e quem irá assinar as faturas." Ascenso Furtado (Rio de Janeiro, RJ) Previdência "Indago ao novo ministro da Previdência se ele tem conhecimento de que o regime jurídico único estabelecido na Constituição assegura aposentadoria integral aos funcionários públicos, sem distinção entre os que estão por se aposentar ou os que estão longe disso. Falar em regra de transição para os atuais servidores é querer atropelar direitos adquiridos. Esse tipo de proposta demonstra, infelizmente, o quanto a lógica da era Fernando Henrique se insinua em certas áreas do governo Lula. Será que o funcionalismo vai ser novamente culpado pela incapacidade do Executivo de gerir adequadamente a Previdência?" Régis Oliveira e Souza (Niterói, RJ) Mundo islâmico "Nelson Ascher foi muito oportuno em seu artigo "É hora de reeducar o mundo islâmico" (Mundo, pág. A13, 29/12). O banho de sangue que os fanáticos fundamentalistas muçulmanos promoveram em 2001 merece o mais profundo repúdio da civilização. E não apenas o repúdio da civilização ocidental mas também o de todas que entendam que existem valores universais que não podem ser desprezados por qualquer cultura em nome de uma fé, de um deus ou de outros primitivismos. Os covardes atentados contra alvos desarmados e desprevenidos, a forma como as mulheres são tratadas e o ódio contra quem pensa diferente exige que os muçulmanos sejam reeducados, sim. E com a máxima urgência. Talvez até mesmo por nós, ocidentais, se eles próprios não quiserem ou não souberem fazê-lo." Luiz Carlos da Cunha Carneiro (Porto Alegre, RS) Índices "Se os índices de preços do governo são baseados no IPCA, por que os contratos em setores estratégicos são feitos com índices indexados ao IGP-M (uma outra maneira de dizer "atrelados ao dólar')? Então eu pergunto: o governo está aí para defender o povo e o país? Parece que não." Eduardo Henrique de Souza (Guarujá, SP) Justiça "Peço vênia ao ilustre dr. Rubens Approbato para complementar o único senão que encontrei em seu magnífico artigo "Quando o Judiciário é suspeito" ("Tendências/Debates", pág. A3, 31/12). A meu modesto ver, não deveríamos deixar aos acusados, quaisquer que sejam, a cômoda mordomia de responder em seus cargos aos processos em que são acusados, recebendo seus proventos sem nenhuma restrição e fazendo (os culpados, é claro) ações e pressões espúrias para que nada seja apurado. Parece-me óbvio -e princípio salutar de garantia da sociedade- que os suspeitos devam ser legal e sumariamente afastados, sem remuneração, até a conclusão dos processos, quando, se isentados, e só aí, teriam repostos os seus cargos e vencimentos. Haveria, sem dúvida, situações de acusação infundada, em que os acusados só lá na frente seriam isentados de crime -isso poderia até fazer com que a Justiça andasse mais rápido. Definitivo, portanto, é o fato de que não podemos mais tolerar ficarem esses quadrilheiros pendurados em seus cargos remunerados, postergando e bloqueando as ações da Justiça em interesse próprio." Luiz Ribeiro Cordioli (São Carlos, SP) Expulsão "Em relação à reportagem "Pesquisadora brasileira é expulsa dos EUA" (Mundo, pág. A12, 31/12), gostaria de registrar a minha indignação sobre o tratamento dado à dra. Vera Lúcia Reis pelo Serviço de Naturalização e Imigração dos Estados Unidos. Esse órgão deu uma clara mostra de incompetência e abuso de autoridade. Esse fato lamentável atinge não somente a dra. Reis mas toda a comunidade científica brasileira, especialmente aquela ligada ao Programa LBA. Espero que as autoridades americanas investiguem a fundo esse caso e se retratem perante a dra. Reis. Quem, como eu, conhece a colega Vera Reis sabe, pelo seu caráter, como ela está sofrendo com essa terrível injustiça." Luiz Antonio Martinelli, professor associado na Universidade de São Paulo (Piracicaba, SP) Boas-festas A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: José Dirceu, ministro-chefe da Casa Civil (Brasília, DF); Musa Amer Odeh, chefe da Delegação Especial da Palestina no Brasil (Brasília, DF); Mário Miranda, conselheiro de imprensa da Embaixada de Portugal (Brasília, DF); Fernando Xavier Ferreira, presidente do Grupo Telefônica no Brasil (São Paulo, SP); Marcel Telles e Victorio De Marchi, co-presidentes do Conselho de Administração da AmBev -Companhia de Bebidas das Américas (São Paulo, SP); Vanderlei de Jesus, vereador (São Paulo, SP); Flávio A. Corrêa, Hollywood Movie Magic (São Paulo, SP); Mistral Importadora (São Paulo, SP). Texto Anterior: Marco Antonio Villa: O Senado e as oligarquias Próximo Texto: Erramos Índice |
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