São Paulo, terça-feira, 02 de março de 2004

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PAINEL DO LEITOR

No meio do caminho
"A reportagem "No meio do caminho tem o povão" (coluna de Mônica Bergamo, Ilustrada, pág. E2, 29/2) merece todos os aplausos. Ocupar toda a página com aquelas caras "diferentes", dando-lhes nome, idade e tudo, é uma lição de bom jornalismo. O povão, mesmo quando cai vítima da violência na periferia, quase sempre é reduzido a mera estatística nos jornais. Vira morto sem nome. Aparecer assim, trabalhando no Carnaval ou simplesmente ouvindo a banda passar, é, como diria um velho colunista social, "uma glória". Belíssimo o ensaio fotográfico de Ana Ottoni. E, mais do que a vida off-Sambódromo, é o próprio povo, sempre off."
Audálio Dantas, jornalista (São Paulo, SP)

 

"Leitor assíduo da excelente coluna de Mônica Bergamo, escrevo para dizer que, desta vez, ela se superou pela publicação do belo registro fotográfico de Ana Ottoni (29/2). Parabéns pelo trabalho da equipe e da fotógrafa."
Antônio Agenor de Melo Barbosa, mestre em Urbanismo pela UFRJ (Rio de Janeiro, RJ)

Gírias
"Espanto e indignação ao ler a Folhinha no sábado pela manhã. Foi-se o tempo em que o suplemento infantil da Folha representava um modo de adicionar cultura e de criar nas crianças o hábito de ler o jornal para conseguir aprender com ele. Na edição de 28/2, duas reportagens causaram a mim e aos meus pais uma grande indignação. Falar do modo como se escreve em um blog, desprezando a língua portuguesa, e ensinar gírias saídas da prisão não nos parecem informações necessárias e isso não traz melhorias à vida de uma criança -o futuro de nosso país. Ficamos sensibilizados e entristecidos por ver que o nível do suplemento decaiu tanto. Por que em vez de tentar traduzir palavras e expressões que nada significam não tentar criar formas de incentivar a leitura e o aprendizado da verdadeira cultura brasileira? Pelo menos seria possível acreditar ou ter esperança de que as crianças poderiam fazer do futuro algo melhor."
Anna Carrasqueira e Silvia Zanei (Santo André, SP)

Ética
"Após prolongado silêncio, o deputado Aloysio Nunes Ferreira vem a público ("A ética do PT e o caso Waldomiro", "Tendências/Debates", pág. A3, 23/2) para tratar de um tema que lhe é caro: a ética na política. Não sabemos o que mais admirar na personalidade do ilustre deputado: a capacidade de convencer adversários ou a acendrada modéstia. Em 2002, aprovada a criação de uma CPI para investigar atos de corrupção no governo FHC, vários signatários do requerimento decidiram retratar-se menos de 24 horas depois de conversarem com o doutor Aloysio, então ministro daquele governo. Sua Excelência, porém, muito modesto, parece ter esquecido totalmente o seu êxito no episódio."
Fábio Konder Comparato (São Paulo, SP)

Diplomacia
"Até quando veremos o presidente deste país e sua trupe fazerem da diplomacia internacional uma nova modalidade de turismo? O Itamaraty deveria informar ao senhor Lula o alto custo de uma viagem de um dia à Venezuela -para nada, sem nenhum retorno econômico ou político, apenas por vaidade pessoal. Deveria informá-lo também de que nem o presidente da Índia nem Tony Blair, da Inglaterra, viajam tanto -e, quando viajam, fazem-no em companhias regulares de aviação. Deveria ainda informar o presidente que ele foi eleito para trabalhar, em Brasília, pelo povo, mesmo que por intermináveis quatro anos."
Ana Lúcia Novais Konarzewski (São Paulo, SP)

 

"Ainda comparando o governo a uma criança que teria precisado de nove meses para nascer e, depois, de mais algum tempo para caminhar, hoje essa criança já está na fase de conhecer os amiguinhos. E, quando encontra más companhias, é só dar uns tapinhas que, para o PT, está tudo bem."
Alessandro Roberto Belarmino (Pedreira, SP)

Raciocínio e coerência
"O exercício do cinismo em matéria política exige do agente um mínimo de raciocínio e de coerência sob pena de representar uma ostensiva agressão à inteligência do povo. É indisfarçável a posição comprometedora em que foi pilhado o governo do PT, com gravações e confissões indiscutíveis. Soam canhestras as tentativas de defesa apresentadas publicamente pelo presidente dessa agremiação "concessionária" da moral e da ética nacionais. Planos diabólicos e armações malévolas criaram a versão falsa para um corriqueiro e insignificante episódio de corrupção localizada. É o que vem tentando vender para a sociedade o presidente do PT, José Genoino (seção "Frases" de ontem). Nem as explicações do tucano Eduardo Jorge atingiram tão elevado grau de desfaçatez."
Homero Benedicto Ottoni Netto (Atibaia, SP)

Incoerências
"O Brasil sempre se caracterizou por suas incoerências. E parece que, a cada dia, temos sempre mais do mesmo. Proíbem os bingos, mas o jogo do bicho continua, como sempre esteve, agindo na clandestinidade e na ilegalidade. Financia campanhas políticas e corrompe autoridades, mas, em contrapartida, nos dá o espetáculo das escolas de samba, mantidas e criadas sob a égide dos patronos do bicho. Comercial de cigarro no Brasil é proibido (exceto nos Grandes Prêmios de Fórmula 1, ocasiões em que a nossa prefeita abre exceção). Perfeito! Propaganda de cerveja pode. É uma atrás da outra. Ou seja, para o governo, apenas o cigarro faz mal, bebida não. O Cade vetou a compra da Garoto pela Nestlé. Perfeito! Eu comprava chocolates da Garoto antes da sua venda por aproximadamente 75% do preço dos da Nestlé. Hoje os preços equivalem. Mas e a Ambev? Não foi ela uma formação de cartel que o Cade permitiu? E os grandes bancos? Adquiriram os pequenos e médios e formaram um conluio de meia dúzia de grandes banqueiros praticando taxas e tarifas ao seu bel-prazer. Alguém poderia explicar-me tantas incoerências?"
Fábio Luiz Silveira (São Paulo, SP)

Transporte
"Em resposta à carta do leitor Álvaro Marques Costa, publicada nesta seção em 27/2, esclareço que o antigo corredor Santo Amaro/Nove de Julho denegria o ambiente, além de prejudicar o comércio local. Com o novo Passa-Rápido, temos o fim das muretas, a segregação é apenas uma faixa pintada no solo, os pontos ficam no canteiro central e os ônibus têm portas à esquerda. Além disso, as avenidas nas quais são implantados recebem também um trabalho de recuperação asfáltica e paisagística. Em junho deste ano, a Secretaria Municipal de Transportes entregará à população a primeira etapa de um eixo totalmente transformado, que contará até mesmo com estação de transferência, que proporcionará conforto aos passageiros do transporte coletivo. Será recuperada e revitalizada toda a região degradada por esse corredor. Entre os principais pontos da obra, está a despoluição visual, com a completa retirada dos postes, dos cabos da rede aérea e dos trólebus, que deixarão de circular e causar transtornos. Além disso, haverá tratamento diferenciado para pedestres com a implantação de paisagismo no canteiro central e iluminação especial para maior segurança viária. O pavimento será de concreto, o que dará maior durabilidade e estabilidade."
Rogério Panda, gerente-geral de imprensa da Secretaria Municipal de Transportes (São Paulo, SP)

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