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CHUVA, COLAPSO E OMISSÃO
Uma nova e forte chuva provocou
virtual colapso da cidade de São Paulo, dessa vez agravado pela ação de
assaltantes que promoveram um "arrastão" (sequência de assaltos), em
plena região central e à luz do dia.
Por mais que as constantes inundações devam ser atribuídas à absoluta
falta de planejamento urbano que
marca a história da cidade, o fato é
que explicações técnicas e a atribuição de culpa aos erros do passado
não impedem que a população tenha
a sensação de estar completamente
abandonada pelos poderes públicos.
Se a chuva de ontem foi excepcional, igualmente excepcional deveria
ter sido a ação das autoridades, o que
implicaria a mobilização de todos os
recursos disponíveis para atenuar ao
máximo os seus desastrosos efeitos.
O que se viu porém, como de resto
tem sido a regra em enchentes anteriores, foi exatamente o inverso: a escassa presença dos agentes do poder
público, seja para reorientar o tráfego, desviando-o antes que motoristas desavisados caíssem na verdadeira armadilha em que se transformou
o trânsito, seja para prestar socorro
às vítimas dessa armadilha.
Era inevitável, nesse cenário, que a
população se sentisse totalmente
abandonada ante a omissão do poder
público, seja do Estado, seja da prefeitura. Se é óbvio que nem a prefeitura nem o Estado têm poderes para
impedir a chuva, também é verdade
que não demonstraram, em momento algum, capacidade ou ao menos
vontade de atuar rápida e decididamente para atenuar o colapso e seus
efeitos trágicos nesta que é a maior
cidade do país.
Como a meteorologia prevê chuva
pelo menos até sexta-feira, receia-se
que o paulistano esteja condenado a
ficar, nos próximos dias, trancado
em casa -desde que não more em
zona sujeita a inundações.
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