São Paulo, quinta-feira, 02 de abril de 2009

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CLÓVIS ROSSI

Obama, o bom vizinho

LONDRES - Antes de mais nada, uma explicação ao leitor: comecei a ler o noticiário internacional quando da revolta húngara contra o comunismo, em 1956. Tinha 13 anos. Portanto, o interesse pelo mundo não é recente.
Desenvolvi uma verdadeira obsessão por conhecer "newsmakers", as pessoas que fazem notícias, e vê-los em ação. Presidentes dos Estados Unidos são dos mais clássicos "newsmakers" do planeta.
Um presidente como Barack Obama, ainda mais pelos motivos que todo mundo já sabe.
Por isso, um entusiasmo juvenil me assolou ao receber a confirmação de que estava na lista dos jornalistas autorizados a acompanhar a entrevista coletiva que Obama daria ao lado de Gordon Brown, o premiê britânico.
Visto como "newsmaker", não me impressionou. O noticiário a respeito está páginas adiante, e você pode julgar por si mesmo.
Visto como pessoa física, é outra história. É o único presidente norte-americano de todos os que conheci (desde Richard Nixon) que não exala o odor do império. Mesmo Bill Clinton, simpático, inteligente, superpreparado, não escondia o peito estufado ao falar (figuradamente, claro).
Obama, ao contrário, parece o vizinho simpático que entra sem precisar de permissão na casa da gente. Eu sempre fico com medo de transmitir impressões pessoais, porque podem ser falsas.
Só me animei a fazê-lo porque chequei com um membro da delegação brasileira que esteve com Lula no encontro com Obama e ficou com a mesmíssima impressão de "gente como a gente", se me perdoa o lugar-comum.
Até no encontro com a rainha, Obama e a mulher, Michelle, se comportavam com a reverência que os netos de antigamente tinham com os avôs. Pode até ser um fracasso como presidente, mas, como gente, é um bom personagem.

crossi@uol.com.br


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