BRASÍLIA - A popularidade alta de Lula esconde um possível problema futuro para o PT: a baixa experiência e, consequentemente, certa ineficácia de seus líderes no Congresso.
O líder do PT entre os deputados é Nelson Pellegrino, da Bahia. Já assinou um manifesto atacando a autonomia do Banco Central. Outro dia, pediu o microfone em plenário e falou contra a aprovação da medida provisória do Refis.
O líder do governo na Câmara é Aldo Rebelo (PC do B-SP). É o político mais experiente, mas sem poder. Seu partido, que já teve a Albânia como modelo, conta com 11 deputados. Ao menos cinco são contra vários aspectos da reforma da Previdência.
No Senado, o líder do governo, Aloizio Mercadante (SP), acerta errando. Ajudou a derrubar a absolvição de devedores da União já condenados. O dispositivo estava na MP do Refis. Logo foi desautorizado na Câmara, com o governo encaminhando o assunto de maneira oposta.
O líder do PT no Senado é o acreano Tião Viana. Já propôs a extinção do Conselho de Ética e ameaçou renunciar quando se sentiu desprestigiado pela bancada. Ao que parece, recuou dessas duas posições.
A tropa petista está completa com o senador Amir Lando, nomeado líder do governo no Congresso. Ele é do PMDB de Rondônia. Os dois únicos deputados desse partido em seu Estado não estão sob sua influência.
Lando protagonizou um episódio curioso no final do governo FHC. Declarou à época que assinaria o pedido de CPI da corrupção se faltasse apenas um nome. Não houve CPI.
Com Pellegrino, Rebelo, Mercadante, Tião Viana e Lando, o Palácio do Planalto deve contar mesmo com a popularidade alta de Lula.
Roberto Campos disse uma vez que a inexperiência é o único defeito que não piora com o tempo. Foi nessa máxima que o Planalto se inspirou para montar sua tropa de elite. Enquanto isso, quem manda mesmo no Congresso é o ministro José Dirceu.


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