São Paulo, quarta-feira, 02 de junho de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Ministério Público
"O jornalista Josias de Souza, em seu artigo de 30/5, demonstra irrefutavelmente o que sucederá se o Supremo Tribunal Federal proibir o Ministério Público de realizar investigações criminais: o país perderá importante instrumento de combate à corrupção e alguns temíveis criminosos, já processados, ganharão a impunidade."
Alberto Dib, promotor de Justiça e presidente do Movimento do Ministério Público Democrático (São paulo, SP)

Ruptura
"Em relação à entrevista com o professor François Chesnais ("Ruptura radical" é a saída para o Brasil, defende professor francês", Entrevista da 2º, 31/5), não me admiram as manifestações contrárias de alguns leitores sobre a tese de Chesnais, pois a maioria dos leitores da Folha pertencem a classes de alta e média renda e repudiam, portanto, qualquer manifestação revolucionária de ruptura do atual sistema."
Michel A. de Souza (São Paulo)

 

"Contrariamente ao que pensa o leitor Francisco Vitor de Oliveira Júnior ("Painel do Leitor", 1º/6) sobre as declarações do professor François Chesnais, penso que não só não há perigo nenhum em dar espaço para opiniões como as de Chesnais como é imprescindível que a Folha dê espaço para outras opiniões que não correspondam às expectativas do próprio jornal. Quando encontro, porque é raro, algo assim, concluo que ainda vale a pena ler jornal. Sobre o mesmo assunto, gostaria de lembrar ao ilustre professor Fábio Konder Comparato que ele não exerce função representativa do povo brasileiro e, portanto, não deveria falar em nome das causas deste."
Marcelo Silva Souza (São Paulo, SP)

Urnas
"Parabenizo a Folha pelo corajoso editorial que defende a possibilidade de conferência da apuração dos votos e a conseqüente transparência do processo eleitoral (Opinião, 1º/6). Estranhei, no entanto, a opinião do senhor Claudio Abramo, diretor da Transparência Brasil, a quem conheço e admiro o trabalho, alegando que quem frauda o voto eletrônico fraudaria também o voto impresso. Não é tão óbvio assim. O voto eletrônico precisaria ser fraudado em Brasília, dentro do TSE, antes da eleição. O voto impresso teria de ser fraudado nas mesmas proporções em cada cartório eleitoral depois das eleições, mas antes da apuração. Sincronizar essas duas fraudes para que não sejam descobertas não é nada simples e bem mais difícil do que fraudar apenas o software. Os especialistas em segurança de dados da Sociedade Brasileira de Computação certamente pesaram isso ao defenderem o voto impresso como solução para a auditoria da apuração eletrônica."
Amilcar Brunazo Filho, engenheiro, moderador do Fórum do Voto-E (Santos, SP)

 

"Surpreendente a revelação da Folha ("Brasil rejeita arma antifraude", Mundo, 30/5) de que "o PT se recusa a revelar o conteúdo do relatório" da Coppe, escondendo do eleitor brasileiro as falhas de confiabilidade que descobriu no nosso sistema eleitoral. É a prática evidente do obscurantismo nas eleições. Mas o mais surpreendente foi o senhor Claudio Weber Abramo, assinando pela Transparência Brasil, dizer que "está certo o senhor Moacir Casagrande, do PT". Defendendo quem defende o obscurantismo, o senhor Abramo pode macular não só seu trabalho como a imagem da fundação que representa."
Ingrid Fernandes Zamboni (São Paulo, SP)

Safra
"Em relação à reportagem "Lula promete, mas não compra safra familiar" (Brasil, 31/5), o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) gostaria de esclarecer alguns pontos. O incentivo à agricultura familiar é uma ação governamental. O Fome Zero criou parcerias com a iniciativa privada para estimular a produção e criar mais empregos na área. Entre as doações estão toneladas de sementes, transferência de tecnologia e qualificação de mão-de-obra rural. Até julho, o Ministério do Desenvolvimento Agrário vai investir R$ 7 bilhões no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Em 2003, o MDS investiu R$ 81.547.694, beneficiando 41.177 famílias. O Nordeste recebeu quase 40% desse montante, beneficiando mais de 20 mil famílias. Em 2004, o MDS tem um orçamento inicial de R$ 149 milhões para a compra da agricultura familiar. O primeiro montante, de R$ 75 milhões, está sendo liberado em três etapas. A primeira, de R$ 35 milhões, já foi toda executada. Outras duas parcelas, de R$ 20 milhões cada, serão liberadas neste mês."
José Augusto Dias Pires, coordenador da Assessoria de Comunicação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Brasília, DF)

Soja
"A notícia saiu ontem na página B10 (Dinheiro). A China recusou outro carregamento de soja contaminada com fungicidas. E agora? A soja contaminada retorna ao Brasil para consumo dos brasileiros?"
Paulo de Tarso J. Santos (São Paulo, SP)

Nomeações
"As notas "Caneta amiga 1" e "Caneta amiga 2" ("Painel", pág. A4, 30/5) informaram que "ganharam cargos de confiança quatro pessoas que doaram dinheiro para campanhas eleitorais do PT e do PL", citando os nomes de Alexandre Silveira de Oliveira e de Hideraldo Caron, nomeados para este departamento. É fato público que as indicações para cargos de confiança do primeiro e segundo escalão do governo federal são de caráter político e levam em conta a idoneidade moral dos indicados e os elementos técnicos indispensáveis ao exercício das funções. O senhor Alexandre Silveira de Oliveira, nomeado diretor-geral do DNIT, informa nunca ter feito doação de dinheiro a partido político, tendo apenas prestado contas em 2002 de sua campanha a deputado federal. O senhor Hideraldo Caron, diretor de Infra-Estrutura Terrestre, confirma ter doado dinheiro ao seu partido. Entretanto tais fatos não foram requisitos para suas nomeações à diretoria do DNIT. Ambos foram indicados aos cargos por mensagem do presidente da República ao Congresso Nacional em 15/4. No dia 11/5, foram sabatinados no Senado e tiveram seus nomes aprovados por unanimidade pelos senadores membros da Comissão de Infra-Estrutura."
Marcos Barros Guedes, assessor de comunicação social do Departamento nacional de Infra-estrutura de Transportes (Brasília, DF)

Salários
"Ontem neste "Painel do Leitor", o senhor Emerson Figueiredo, secretário-adjunto da Secretaria de Comunicação do Governo do Estado de São Paulo, informa, de forma evasiva, sobre a atual política do governo para a reposição de perdas salariais das carreiras policiais, que está muito aquém da real inflação. Ele esquece que os salários pagos aos policiais deste Estado estão entre os piores do país -acima apenas dos vigentes no Estado da Bahia. Dispomos de escala de valores à disposição do secretário para provar essa triste realidade."
Jair Cesário da Silva, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Televisão
"Como assinante e leitor da Folha, manifesto minha indignação com o colunista Daniel Castro. Ele publicou na coluna de televisão do dia 25/5 (Ilustrada) uma nota inventando um salário para a minha pessoa. O que irrita é que ele simplesmente repetiu informação errada de outro órgão de imprensa sem se dar ao trabalho de me telefonar para a necessária confirmação. É pura falta de respeito!"
Paulo Betti, ator (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Daniel Castro - A informação publicada foi confirmada por pessoas ouvidas na Record.


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