São Paulo, terça-feira, 02 de agosto de 2005

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ÓTIMO SALDO

Nem o mais otimista dos observadores ousou antecipar os excelentes resultados que a balança comercial brasileira vem apresentando neste ano. Em julho, segundo dados divulgados ontem, a diferença entre exportações e importações gerou um saldo de US$ 5,011 bilhões, o maior já verificado na história do país em um único mês.
As exportações em julho cresceram 8,4% sobre junho e 23% sobre o mesmo mês de 2004. Já as importações, caíram 2% em relação a junho e aumentaram 9,5% no cotejo com julho do ano passado.
Com esses resultados, o superávit dos primeiros sete meses deste ano alcançou US$ 24,678 bilhões, numa elevação de 33,6% sobre o mesmo período do ano passado. Nos últimos 12 meses, as exportações somaram US$ 108,914 bilhões e as importações, US$ 69,030 bilhões -com saldo de US$ 39,875 bilhões.
Tais resultados vêm sendo obtidos apesar de uma taxa de câmbio excessivamente valorizada, associada às altas taxas de juros e à estratégia do Banco Central de conter a inflação nos limites de seu objetivo declarado para este ano, que é de 5,1%.
Embora a taxa de câmbio já cause problemas importantes e contribua para desestimular novos investimentos no setor exportador, uma conjunção de fatores tem permitido que o país apresente esse desempenho tão auspicioso na frente externa.
Num contexto global de crescimento econômico e comercial, puxado pela China e pelos Estados Unidos, o Brasil se beneficia da elevação de preços de commodities e das estratégias de empresas que se prepararam para utilizar o país como base exportadora -caso das multinacionais da área de veículos.
Os superávits na balança são um fator determinante para reduzir a vulnerabilidade da economia brasileira. E é, de fato, o que vem ocorrendo, em que pesem as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, na semana passada, exagerou os riscos, numa inédita tentativa de um mandatário pintar o quadro econômico pior do que realmente está.


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