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ÓTIMO SALDO
Nem o mais otimista dos observadores ousou antecipar os
excelentes resultados que a balança
comercial brasileira vem apresentando neste ano. Em julho, segundo dados divulgados ontem, a diferença
entre exportações e importações gerou um saldo de US$ 5,011 bilhões, o
maior já verificado na história do
país em um único mês.
As exportações em julho cresceram
8,4% sobre junho e 23% sobre o
mesmo mês de 2004. Já as importações, caíram 2% em relação a junho e
aumentaram 9,5% no cotejo com julho do ano passado.
Com esses resultados, o superávit
dos primeiros sete meses deste ano
alcançou US$ 24,678 bilhões, numa
elevação de 33,6% sobre o mesmo
período do ano passado. Nos últimos 12 meses, as exportações somaram US$ 108,914 bilhões e as importações, US$ 69,030 bilhões -com
saldo de US$ 39,875 bilhões.
Tais resultados vêm sendo obtidos
apesar de uma taxa de câmbio excessivamente valorizada, associada às
altas taxas de juros e à estratégia do
Banco Central de conter a inflação
nos limites de seu objetivo declarado
para este ano, que é de 5,1%.
Embora a taxa de câmbio já cause
problemas importantes e contribua
para desestimular novos investimentos no setor exportador, uma conjunção de fatores tem permitido que
o país apresente esse desempenho
tão auspicioso na frente externa.
Num contexto global de crescimento econômico e comercial, puxado pela China e pelos Estados Unidos, o Brasil se beneficia da elevação
de preços de commodities e das estratégias de empresas que se prepararam para utilizar o país como base
exportadora -caso das multinacionais da área de veículos.
Os superávits na balança são um
fator determinante para reduzir a
vulnerabilidade da economia brasileira. E é, de fato, o que vem ocorrendo, em que pesem as declarações do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
que, na semana passada, exagerou
os riscos, numa inédita tentativa de
um mandatário pintar o quadro econômico pior do que realmente está.
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