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RESULTADOS TÍMIDOS
Não é nada animador o diagnóstico feito pelo Tribunal de
Contas da União (TCU) acerca dos
resultados obtidos até agora pelo
programa De Volta pra Casa, do governo federal. A meta do programa é
retirar dos hospitais pacientes que
estejam internados há mais de dois
anos, sem interrupção.
Para que os doentes tenham condições de voltar a viver com suas famílias, eles recebem uma ajuda de custo
de R$ 240 mensais. Há no Brasil cerca de 20 mil doentes mentais internados em clínicas e outras instituições.
A idéia da desospitalização dos
doentes está em sintonia com as
concepções mais modernas do exercício da clínica psiquiátrica e tem a
seu favor o fato de que já há drogas
que permitem que a maioria dos pacientes psiquiátricos receba tratamento ambulatorial -sem a necessidade de reclusão, a não ser durante
crises. Há também a vantagem de
tratamentos como esses serem menos custosos para o Estado.
O estudo do TCU, todavia, mostra
que o De Volta para Casa avançará a
passo de "tartaruga", caso não seja
acompanhado por mais investimentos em estruturas capazes de oferecer
alternativas à internação hospitalar.
Faltam, sobretudo, mais centros de
atendimento psicossocial (CAPs),
onde pacientes possam ser monitorados, e de serviços residenciais terapêuticos, espécie de moradia coletiva
para abrigar pacientes sem vínculo
familiar. É preciso também pensar a
distribuição desses serviços pelo
país, já que a maior parcela deles está
instalada na região Sudeste.
O resultado dessa carência é que,
de acordo com o estudo do TCU que
usou dados de 2004, apenas 800 pacientes foram contemplados pelo
programa. Segundo o ministério,
dados mais atualizados elevam a cifra para 1.263 atendidos -número
ainda muito distante dos 11 mil beneficiários em potencial.
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