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CLÓVIS ROSSI
É a sua vez, eleitor
SÃO PAULO - O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, é a mais nova
vítima do rei Midas às avessas, Roberto Jefferson, que tudo o que toca,
em vez de ouro, vira pó, para não dizer outra coisa.
Não creio que a República vá soltar
um mísero "oh" de espanto com a renúncia do líder do PL. Como não soltou com a acusação de que estava envolvido na história do tal de mensalão, que, a cada dia, torna-se mais e
mais a pura realidade.
A renúncia de Costa Neto, com o
óbvio objetivo de evitar uma cassação que o impediria de candidatar-se
no ano que vem, coloca, no entanto,
um desafio para você, eleitor.
Se o líder do PL for eleito em 2006,
aí ninguém mais vai poder reclamar
de corrupção, porque terá sido plenamente aprovada pelos eleitores.
Não me venha, por favor, dizer que
você não se chama Manuel, não mora em Niterói nem em Mogi das Cruzes, a cidade paulista que é o feudo
da família, e que, portanto, nada pode fazer a respeito. Pode, sim. Pode
difundir o máximo de informações
para que o pessoal da cidade ou qualquer outro disposto a devolver o renunciante à Câmara dos Deputados
pelo menos pense duas vezes antes de
se tornar o faz-me-rir da pátria envergonhada.
Cabe também a você não deixar
barato, sob dois aspectos: primeiro, se
Costa Neto se tornou presidente do
PL não foi por um golpe de Estado,
mas por eleição feita por seus pares.
Com isso, tornam-se co-responsáveis
por seus atos. Ou por excesso de ingenuidade ou por cumplicidade, características que, qualquer uma delas,
deveria impedir um político de exercer cargo público. Portanto, vamos
deixar bem claro: todo mundo que
votou em Costa Neto pode até ser
inocente, mas está sob suspeição.
Da mesma forma, caracterizado o
mensalão, não dá mais para o PT insistir na versão de caixa dois de campanha, que já é crime eleitoral.
O "mensalão" é crime maior e como tal tem que ser tratado pelo governo e pela nova direção do partido.
@ - crossi@uol.com.br
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