São Paulo, quinta-feira, 02 de setembro de 2004

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ONDA GLOBAL

O crescimento das exportações, que deve proporcionar neste ano um superávit comercial recorde, na casa dos US$ 30 bilhões, está longe de ser um fato isolado, um feito da atual política econômica que destacaria o Brasil no cenário global. Levantamento realizado pelo Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) mostra que o país ocupa a 32ª posição entre as economias que obtiveram os maiores aumentos em suas vendas externas nos 12 meses findos em maio em relação ao período anterior.
O estudo reflete um excepcional incremento do comércio entre as nações, num quadro de aquecimento da economia internacional marcado pela retomada dos EUA, pela expansão da China e pela valorização do euro, que abriu as portas do mercado europeu. As exportações globais, que haviam subido 4,9% em 2002, aumentaram 15,8% em 2003.
Nesse contexto, verificou-se acentuada alta dos preços de commodities, entre elas a soja e metais exportados pelo Brasil, fator que tem contribuído para os bons resultados. É sem dúvida auspicioso que o país consiga se valer dessa onda de aquecimento do comércio internacional.
É forçoso observar, porém, que o Brasil ainda ocupa uma posição bastante discreta nesse cenário. Esse fato, associado à alta competitividade entre as diversas economias e à forte presença de produtos primários na pauta exportadora brasileira, deve servir de alerta para que as autoridades econômicas não descurem das condições para a continuidade do processo de expansão.
Nesse sentido, ganham relevância políticas industriais que induzam a um aumento da venda de manufaturados e favoreçam a substituição competitiva de exportações. O país ainda tem muito a progredir no comércio mundial, tanto pelo lado das exportações quanto das importações. Avanços nessa direção são importantes para propiciar mais dinamismo, competitividade e estabilidade à economia brasileira.


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