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PAINEL DO LEITOR
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Imprensa
"Sobre o editorial "Volta a truculência" (Opinião, 1º/11), é claro que,
numa democracia, a liberdade de
imprensa deve pairar acima de tudo. Claro que, por isso mesmo, deve-se condenar agressões a jornalistas e a meios de comunicação, como, aliás, são condenáveis agressões contra qualquer cidadão ou
entidade. Isso, porém, não exime a
imprensa de igualmente reconhecer ter cometido excessos e de, em
razão disso, também ter o mea-culpa a fazer. Afinal, liberdade não significa que exista algum ente acima
do bem e do mal."
ANTÔNIO CLÁUDIO FERREIRA LIMA (Fortaleza, CE)
"Parabenizo a Folha pela atitude
em defesa do Estado de Direito e da
liberdade de imprensa. Não é possível que agora a mídia -a Folha incluída- seja "condenada" por divulgar os escândalos continuados de
um governo.
A imprensa brasileira tem cumprido o seu papel, tendo dado até
um tratamento de certa forma
brando ao governo Lula. Porém a
boa vontade não significa que vá
descer ao nível de transformar-se
em um imprensa de republiqueta
de bananas, a serviço dos poderosos de plantão.
Seria de estranhar se a Folha,
veiculo que já mostrou sua coragem em tempos negros da história,
ficasse de joelhos diante de um
"protótipo de ditador".
Viva a imprensa brasileira!"
CRISTINA AZEVEDO (Florianópolis, SC)
"Quando um cidadão comum ou
um político presta depoimento na
Polícia Federal, lá estão os jornalistas com seus gravadores e seus microfones para registrar tudo.
Porém basta alguns jornalistas
serem interrogados pela Polícia Federal para, no dia seguinte, vermos
nos jornais acusações de que houve
constrangimento, de que a polícia
os tratou mal, como se estes fossem
melhores que os outros que lá já estiveram.
Quem dera que todos os que prestam depoimentos na polícia ou na
Justiça tivessem o poder de um jornal ou de uma revista para, ao sair
de lá, desqualificar as autoridades
em tiragem nacional.
Nenhum abuso deve ser tolerado,
de nenhuma parte. Jornalistas não
são melhores do que ninguém."
FÁBIO SERETTE (Campinas, SP)
"Um jornal que pretende caracterizar-se como de boa categoria precisa ter mais compostura, e não pode referir-se ao eminente governador Requião do modo como fez no
editorial "Volta a truculência".
Dizer que o governador Requião é
"conhecido pela boçalidade" corresponde a injuriá-lo gravemente, de
modo grosseiro e reles, pois equivale a chamar de boçal um dos políticos mais respeitados do país, até famoso por sua honestidade.
Como leitor desta Folha, causou-me imenso espanto a linguagem
chula, que nunca imaginei pudesse
ser utilizada pelo jornal, tanto mais
por estar referida a um personagem
tão ilustre. Consigno meu protesto
indignado."
CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, professor
titular de direito administrativo da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (São Paulo,
SP)
"O editorial "Volta a truculência"
não apenas desrespeita o governador Roberto Requião como também revela desconhecimento sobre
fatos ocorridos no processo eleitoral paranaense. A mídia local atuou
com parcialidade.
Na coletiva, no dia seguinte à eleição, o governador, de forma enfática, ressaltou o comportamento militante e faccioso da imprensa paranaense. Ele não inventou um complô contra a sua reeleição. Ele existiu. Os principais veículos de comunicação fizeram causa comum com
a oposição, a tal ponto de não se saber quando terminava o programa
da oposição no horário eleitoral e
quando começavam os telejornais.
A mídia impressa transformou-se num panfleto calunioso, ofensivo, de fazer inveja aos pasquins sertanejos, do Nordeste profundo.
Até mesmo o tal do "outro lado"
-essa concessão normalmente hipócrita que se oferece a quem se critica- foi suprimido. De repente, o
governador Requião aparecia como
proprietário de apartamentos em
Paris e em Miami, e isso era divulgado intensamente em todos os
meios de comunicação, recusando-se e desprezando-se os desmentidos insistentes do governador e de
sua família.
Foram três meses de império do
desrespeito, da calúnia, de acusações infamantes, de deboches.
Quando o governador reage a essa execução e cobra dos veículos o
comportamento irresponsável, a
mídia saca da algibeira os conceitos
sagrados de liberdade de imprensa,
de liberdade de informação, tão vilipendiados, tão ofendidos por ela. E
a Folha, não informada sobre tais
fatos, ofende o governador de forma abjeta, gratuita.
Se o fato tivesse se dado em São
Paulo (ou na Bahia, para citar um
caso clássico), dá para imaginar a
reação do jornal. Mas, como aconteceu no Paraná e a pessoa envolvida é o governador Requião, a Folha
trata o caso com menosprezo, com
superficialidade, com irresponsabilidade."
BENEDITO PIRES TRINDADE, secretário de
imprensa do governo do Estado do
Paraná (Curitiba, PR)
"Lilian Christofoletti noticiou, na
edição de ontem, que, ao ser informado sobre hostilidades que teriam
sofrido alguns jornalistas em Brasília, sugeri à imprensa uma "auto-reflexão" sobre a forma como noticiou
o chamado escândalo do mensalão.
Tentou, assim, estabelecer relação
de causa e efeito entre um fato condenável e minha reação, que apontava para outro problema.
Omitiu também minha enérgica
condenação a qualquer ato de violência contra jornalistas e minha
enfática defesa da liberdade de imprensa.
Esse tratamento não me surpreende, no entanto. Em outras circunstâncias, a repórter omitiu elementos fundamentais para o bom
entendimento da atualidade nacional."
MARCO AURÉLIO GARCIA, presidente nacional do
PT (Brasília, DF)
Nota da Redação - A Folha noticiou em sua edição de 31/10 as
declarações que o presidente
interino do PT considera "enérgicas" e "enfáticas" sobre a violência contra jornalistas e tentativas de cercear a imprensa.
Ao individualizar sua queixa, o
auxiliar do presidente Lula apenas ressalta a independência
profissional da repórter que
pretendeu criticar.
PT
"A reportagem "Vitória de Lula
explicita luta dentro do PT" (Brasil,
1º/11), assinada pelo jornalista Fábio Zanini, afirma que eu teria pedido "a saída imediata de Marco Aurélio Garcia da presidência do partido". Isso é mentira.
O que eu defendo é que Marco
Aurélio Garcia continue exercendo
a presidência interina, dedicando-se integralmente a essa tarefa. Expus essa opinião na reunião da executiva nacional do PT. Estou certo
de que a autonomia do partido
frente ao governo, bem como a
quantidade de trabalho envolvido
em presidir o PT (mesmo que interinamente) exige dedicação em
tempo integral."
VALTER POMAR, secretário de relações
internacionais do PT (Brasília, DF)
Nota da Redação - Leia na
seção "Erramos".
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