São Paulo, quinta-feira, 02 de novembro de 2006

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PAINEL DO LEITOR

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Imprensa
"Sobre o editorial "Volta a truculência" (Opinião, 1º/11), é claro que, numa democracia, a liberdade de imprensa deve pairar acima de tudo. Claro que, por isso mesmo, deve-se condenar agressões a jornalistas e a meios de comunicação, como, aliás, são condenáveis agressões contra qualquer cidadão ou entidade. Isso, porém, não exime a imprensa de igualmente reconhecer ter cometido excessos e de, em razão disso, também ter o mea-culpa a fazer. Afinal, liberdade não significa que exista algum ente acima do bem e do mal."
ANTÔNIO CLÁUDIO FERREIRA LIMA (Fortaleza, CE)

"Parabenizo a Folha pela atitude em defesa do Estado de Direito e da liberdade de imprensa. Não é possível que agora a mídia -a Folha incluída- seja "condenada" por divulgar os escândalos continuados de um governo. A imprensa brasileira tem cumprido o seu papel, tendo dado até um tratamento de certa forma brando ao governo Lula. Porém a boa vontade não significa que vá descer ao nível de transformar-se em um imprensa de republiqueta de bananas, a serviço dos poderosos de plantão. Seria de estranhar se a Folha, veiculo que já mostrou sua coragem em tempos negros da história, ficasse de joelhos diante de um "protótipo de ditador". Viva a imprensa brasileira!"
CRISTINA AZEVEDO (Florianópolis, SC)

"Quando um cidadão comum ou um político presta depoimento na Polícia Federal, lá estão os jornalistas com seus gravadores e seus microfones para registrar tudo.
Porém basta alguns jornalistas serem interrogados pela Polícia Federal para, no dia seguinte, vermos nos jornais acusações de que houve constrangimento, de que a polícia os tratou mal, como se estes fossem melhores que os outros que lá já estiveram. Quem dera que todos os que prestam depoimentos na polícia ou na Justiça tivessem o poder de um jornal ou de uma revista para, ao sair de lá, desqualificar as autoridades em tiragem nacional.
Nenhum abuso deve ser tolerado, de nenhuma parte. Jornalistas não são melhores do que ninguém."
FÁBIO SERETTE (Campinas, SP)

"Um jornal que pretende caracterizar-se como de boa categoria precisa ter mais compostura, e não pode referir-se ao eminente governador Requião do modo como fez no editorial "Volta a truculência".
Dizer que o governador Requião é "conhecido pela boçalidade" corresponde a injuriá-lo gravemente, de modo grosseiro e reles, pois equivale a chamar de boçal um dos políticos mais respeitados do país, até famoso por sua honestidade. Como leitor desta Folha, causou-me imenso espanto a linguagem chula, que nunca imaginei pudesse ser utilizada pelo jornal, tanto mais por estar referida a um personagem tão ilustre. Consigno meu protesto indignado."
CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, professor titular de direito administrativo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (São Paulo, SP)

"O editorial "Volta a truculência" não apenas desrespeita o governador Roberto Requião como também revela desconhecimento sobre fatos ocorridos no processo eleitoral paranaense. A mídia local atuou com parcialidade.
Na coletiva, no dia seguinte à eleição, o governador, de forma enfática, ressaltou o comportamento militante e faccioso da imprensa paranaense. Ele não inventou um complô contra a sua reeleição. Ele existiu. Os principais veículos de comunicação fizeram causa comum com a oposição, a tal ponto de não se saber quando terminava o programa da oposição no horário eleitoral e quando começavam os telejornais.
A mídia impressa transformou-se num panfleto calunioso, ofensivo, de fazer inveja aos pasquins sertanejos, do Nordeste profundo. Até mesmo o tal do "outro lado" -essa concessão normalmente hipócrita que se oferece a quem se critica- foi suprimido. De repente, o governador Requião aparecia como proprietário de apartamentos em Paris e em Miami, e isso era divulgado intensamente em todos os meios de comunicação, recusando-se e desprezando-se os desmentidos insistentes do governador e de sua família.
Foram três meses de império do desrespeito, da calúnia, de acusações infamantes, de deboches. Quando o governador reage a essa execução e cobra dos veículos o comportamento irresponsável, a mídia saca da algibeira os conceitos sagrados de liberdade de imprensa, de liberdade de informação, tão vilipendiados, tão ofendidos por ela. E a Folha, não informada sobre tais fatos, ofende o governador de forma abjeta, gratuita.
Se o fato tivesse se dado em São Paulo (ou na Bahia, para citar um caso clássico), dá para imaginar a reação do jornal. Mas, como aconteceu no Paraná e a pessoa envolvida é o governador Requião, a Folha trata o caso com menosprezo, com superficialidade, com irresponsabilidade."
BENEDITO PIRES TRINDADE, secretário de imprensa do governo do Estado do Paraná (Curitiba, PR)

"Lilian Christofoletti noticiou, na edição de ontem, que, ao ser informado sobre hostilidades que teriam sofrido alguns jornalistas em Brasília, sugeri à imprensa uma "auto-reflexão" sobre a forma como noticiou o chamado escândalo do mensalão.
Tentou, assim, estabelecer relação de causa e efeito entre um fato condenável e minha reação, que apontava para outro problema.
Omitiu também minha enérgica condenação a qualquer ato de violência contra jornalistas e minha enfática defesa da liberdade de imprensa. Esse tratamento não me surpreende, no entanto. Em outras circunstâncias, a repórter omitiu elementos fundamentais para o bom entendimento da atualidade nacional."
MARCO AURÉLIO GARCIA, presidente nacional do PT (Brasília, DF)

Nota da Redação - A Folha noticiou em sua edição de 31/10 as declarações que o presidente interino do PT considera "enérgicas" e "enfáticas" sobre a violência contra jornalistas e tentativas de cercear a imprensa. Ao individualizar sua queixa, o auxiliar do presidente Lula apenas ressalta a independência profissional da repórter que pretendeu criticar.

PT
"A reportagem "Vitória de Lula explicita luta dentro do PT" (Brasil, 1º/11), assinada pelo jornalista Fábio Zanini, afirma que eu teria pedido "a saída imediata de Marco Aurélio Garcia da presidência do partido". Isso é mentira.
O que eu defendo é que Marco Aurélio Garcia continue exercendo a presidência interina, dedicando-se integralmente a essa tarefa. Expus essa opinião na reunião da executiva nacional do PT. Estou certo de que a autonomia do partido frente ao governo, bem como a quantidade de trabalho envolvido em presidir o PT (mesmo que interinamente) exige dedicação em tempo integral."
VALTER POMAR, secretário de relações internacionais do PT (Brasília, DF)

Nota da Redação - Leia na seção "Erramos".

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