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TEMPO DE VIDA
A boa notícia é que a esperança
de vida do brasileiro ao nascer
continua subindo e, em 2003, chegou a 71,3 anos. A principal razão para o aumento são os avanços no
combate à mortalidade infantil. A
má nova é que a violência segue como fator que impede o país de obter
resultados ainda mais expressivos. É
também uma das principais causas a
explicar a disparidade na esperança
de vida de homens e mulheres.
Enquanto elas vivem 75,6 anos em
média, eles ficam na marca dos 67,6.
A diferença, de oito anos, é superior
à média internacional para países em
desenvolvimento. Nações comparáveis ao Brasil apresentam uma disparidade da ordem de seis anos.
Em praticamente todos os países
do mundo verifica-se o fenômeno da
sobremortalidade masculina, que é
explicada por uma combinação de
fatores biológicos e ambientais. E,
quanto mais desenvolvido é o país,
maior tende a ser a disparidade. É
que doenças típicas da pobreza (como as infecto-parasitárias) matam
igualmente homens e mulheres. Já
as principais causas de morte nos
países ricos, como moléstias cardiovasculares e cânceres, afetam em
maior grau a população masculina.
No caso brasileiro, contudo, é a
violência que vem preponderando.
Com efeito, a partir dos 15 anos já se
observa entre os homens uma maior
freqüência de mortes por causas externas, que incluem homicídios e
acidentes automobilísticos. A maior
disparidade ocorre na faixa entre os
20 e os 25 anos.
Normalmente, são eventos extraordinários como guerras que levam a
desproporções significativas entre os
sexos na faixa das pessoas mais jovens. O Brasil não está em guerra,
embora já comece a exibir esse tipo
de desequilíbrio que especialistas
chamam de cicatriz demográfica.
Os dados, portanto, reforçam a necessidade de um árduo e urgente trabalho a ser feito no combate às mortes por causas externas.
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