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São Paulo, segunda-feira, 03 de fevereiro de 2003

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FERNANDO RODRIGUES

Agora, as reformas

BRASÍLIA - Presidente da República empossado, deputados e senadores em suas cadeiras, agora chegou o momento crucial do governo Lula: apresentar as reformas e tentar aprová-las no Congresso.
É de uma lógica irretorquível o que diz o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen. Os primeiros seis meses são o "período de carência" de governos no Brasil -talvez em todo o planeta.
Collor aprovou o confisco da poupança. FHC conseguiu quebrar o monopólio do petróleo. Lula conseguirá o quê? Possivelmente, a reforma da Previdência Social.
Há sinais ruins para Lula no Congresso quando os congressistas falam sobre o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Bornhausen o classifica como "parlamento biônico". Acha que falta ao governo do PT coragem para assumir certas propostas. Prefere "lavá-las" no tal conselho.
Há um pouco de razão no que diz o pefelista. Em conversas reservadas, é impossível encontrar um único petista que não tenha opinião formada sobre a reforma da Previdência -teto único, contribuição dos inativos etc. Em público, calam-se. Querem antes ouvir o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
Seria um trauma para o PT, mas muito mais rápido no Congresso, se o Palácio do Planalto apresentasse de uma vez suas propostas para a reforma da Previdência, entre outras.
O Congresso, com o senador José Sarney (PMDB-AP) e o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) à frente, começará a funcionar de verdade apenas depois do Carnaval, a partir do dia 10 de março.
Não faria mal para a tramitação das reformas se Lula e sua equipe produzissem propostas concretas até a primeira semana de março, remetendo-as em seguida para o Congresso. Não será fácil aprová-las, mas depois desse prazo ficará cada vez mais difícil, para não dizer impossível.



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