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FERNANDO RODRIGUES
Agora, as reformas
BRASÍLIA - Presidente da República empossado, deputados e senadores
em suas cadeiras, agora chegou o
momento crucial do governo Lula:
apresentar as reformas e tentar aprová-las no Congresso.
É de uma lógica irretorquível o que
diz o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen. Os primeiros seis meses são o "período de carência" de governos no Brasil -talvez em todo o planeta.
Collor aprovou o confisco da poupança. FHC conseguiu quebrar o monopólio do petróleo. Lula conseguirá
o quê? Possivelmente, a reforma da
Previdência Social.
Há sinais ruins para Lula no Congresso quando os congressistas falam
sobre o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Bornhausen o
classifica como "parlamento biônico". Acha que falta ao governo do PT
coragem para assumir certas propostas. Prefere "lavá-las" no tal conselho.
Há um pouco de razão no que diz o
pefelista. Em conversas reservadas, é
impossível encontrar um único petista que não tenha opinião formada
sobre a reforma da Previdência -teto único, contribuição dos inativos
etc. Em público, calam-se. Querem
antes ouvir o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
Seria um trauma para o PT, mas
muito mais rápido no Congresso, se o
Palácio do Planalto apresentasse de
uma vez suas propostas para a reforma da Previdência, entre outras.
O Congresso, com o senador José
Sarney (PMDB-AP) e o deputado
João Paulo Cunha (PT-SP) à frente,
começará a funcionar de verdade
apenas depois do Carnaval, a partir
do dia 10 de março.
Não faria mal para a tramitação
das reformas se Lula e sua equipe
produzissem propostas concretas até
a primeira semana de março, remetendo-as em seguida para o Congresso. Não será fácil aprová-las, mas depois desse prazo ficará cada vez mais
difícil, para não dizer impossível.
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