RIO DE JANEIRO - De uns tempos para cá, não se abre um jornal, uma revista, sem que salte da página a foto de uma modelo -das muitas e monótonas rainhas das passarelas. Magras, de seios cada vez maiores pelo silicone, pernas afinadas pela fisioterapia, produzidas em série pelas agências do ramo, elas atingiram o topo, são top não apenas nas colunas especializadas, mas no miúdo do noticiário. Estão sempre fazendo ou deixando de fazer alguma coisa.
Enfeitam a paginação do jornal ou da revista. Já basta o que temos de políticos feios, de cantores do rap que parecem traficantes, de traficantes que parecem cantores do rap.
É um descanso para os olhos quando vejo a governadora Rosinha Matheus, cuja aparência divide opiniões, mas é o tipo da mulher brasileira comum, morena, cheinha de corpo, diferente de outras musas que se destacaram da fauna política, como Rita Camata e Marta Suplicy, meio tedescas ou escandinavas, bonitas, mas longe do produto nacional bruto.
Aos poucos, vamos nos habituando com ela. Parece a irmã, a prima, a colega de escola primária que ficou moça. Não cria o impacto de uma das nossas deusas, como Vera Fischer, Maitê Proença, Ana Paulo Arósio, Cristiane Torloni, Malu Mader e outras que frequentam o imaginário eletrônico do brasileiro.
Moça do interior, sem acesso às passarelas, aos flashes da moda e da ribalta, ela cresceu em surdina. Sua notoriedade pode ser postiça, chegou a governadora por ser mulher e colaboradora de um governador. Como administradora, Rosinha é ainda uma incógnita. Como animal político precisará de muita estrada, a que trilhou até agora é vicinal a de seu marido.
Mas isso são outros 500. Não estou aqui louvando ou criticando o seu primeiro mês de governo. Simplesmente, como velho curtidor de coisas e mulheres simples, vejo nela a irmã que não tive, a prima que ficou bonita de repente.



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