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Painel do leitor
Acima de qualquer suspeita
"O caso das deputadas 'gazeteiras' e
seus colegas ofendidos mostra uma
triste realidade: grande parte de nossos
políticos se acha acima das leis que produzem.
Se um trabalhador, de qualquer empresa privada, bater o ponto e for embora, além de ter seu dia descontado,
perderá o descanso semanal remunerado e correrá sério risco de ser demitido.
Já nossos deputados se acham no direito de se sentir ofendidos e perseguidos.
A realidade é que se essas senhoras estivessem fazendo aquilo para o qual são
muito bem pagas, em vez de passear
durante o horário de trabalho, essa tal
'perseguição' não aconteceria. Caros
deputados, façam como a maioria dos
brasileiros: trabalhem!"
Paulo Sérgio de Carvalho Araujo
(Santos, SP)
"Solidarizo-me com a nobre deputada federal Maria Elvira (PMDB-MG)
por ocasião do recente episódio da visita de algumas parlamentares ao parque
ecológico da Chapada dos Veadeiros
(GO). Parece que a onda do momento,
a globalização, atingiu também a imprensa, no que ela tem de mais perverso.
Nos EUA, dá-se a histeria do denuncismo sexual contra o presidente Bill
Clinton, o que, em primeira análise,
parece o Estado de Direito levado ao
paroxismo, ao exagero. Aqui no Brasil,
as deputadas, em viagem notadamente
oficial, são tachadas pela imprensa de
'gazeteiras', alcunha que pode macular
irremediavelmente suas reputações.
Ou a imprensa busca o equilíbrio ou,
irremediavelmente, cairá no descrédito
total perante a população."
José Kennedy 'Kendão' Ribeiro, vice-prefeito municipal (Lagoa da Prata,
MG)
Pedágio urbano
"Gostaria de cumprimentar a Folha
pelo editorial 'Pedágio nas ruas de SP',
publicado na pág. 1-2 (Opinião) em 1/2.
Entre outros motivos, o trânsito em
São Paulo é uma das causas do péssimo
padrão de vida da cidade, que espanta
investimentos e compromete seu futuro.
Não existe nada mais cômodo na vida
de uma pessoa do que apanhar o carro
na garagem de sua casa e estacioná-lo
na garagem de seu escritório. É um mito achar que transporte público eficiente venha a substituir o transporte individual, voluntariamente. O pedágio urbano é a única solução e viria a ter as
seguintes consequências:
1) melhoraria significativamente a
qualidade do ar que respiramos; 2) reduziria os tempos de deslocamentos de
todos (principalmente dos usuários de
ônibus); 3) reduziria o custo do transporte público. Maior velocidade dos
ônibus faria com que a necessidade da
frota e de motoristas e cobradores seja
menor para o mesmo número de passageiros transportados; 4) o pedágio
geraria recursos para a construção do
metrô e de outros transportes públicos.
São Paulo com pedágio urbano seria
mais agradável e civilizada."
Igor Cornelsen (São Paulo, SP)
Lei ambígua
"A nova lei ambiental é uma faca de
dois gumes quando diz que 'aquele que
mata a caça para comer não será punido'. O maior destruidor de nossa fauna
é o homem que mora no campo. Com
essa lei, ele irá caçar impunemente,
apesar de a grande maioria possuir
criações de galinhas e porcos e plantações de arroz, feijão e milho.
Vê-se que quem incluiu tal aberração
na lei não tem qualquer vivência do assunto. Todos os flagrados vão certamente alegar fome e, assim, ficar livres
para matar."
Newton Costa (São Paulo, SP)
Educação
"A série sobre Educação, iniciada pela Folha em 1/2, é exemplo do trabalho
jornalístico em benefício do debate de
temas cruciais para o país, contribuindo para a solução dos problemas que
afetam as nossas crianças e adolescentes."
Marco Túlio Alencar, coordenador
de Projetos da ANDI - Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Brasília,
DF)
Abuso de autoridade
"Uma sugestão: nas repercussões
que os jornais estão mostrando em relação à aplicação do novo Código Nacional de Trânsito há um aspecto sobre
o qual quase não se falou e que acho da
maior importância: o total abandono
do cidadão comum em face das arbitrariedades cometidas por certos policiais
de trânsito, marronzinhos e afins. Imagine agora, com o respaldo de um código draconiano!"
Marinete Veloso (Brasília, DF)
Velocidade proibida
"As estradas brasileiras, na sua
maioria, foram construídas por uma
engenharia que calculava um limite
máximo de velocidade de 80 km por
hora. Ultrapassar essa velocidade tem
sido a maior causa de mortes. De nada
adianta encher o carro de equipamentos se o vetor velocidade supera a capacidade centrípeta da pista, geralmente
esburacada, escorregadia, irregular,
velha, sem camadas subterrâneas adequadas, estreita e lisa."
Paulo Ramos Derenbgoski (Lages,
SC)
Aposentadoria precoce
"Neste momento, em que vemos o
governo usando seu rolo compressor
para aprovar de qualquer maneira a reforma da Previdência, gostaria de ver a
grande imprensa brasileira -principalmente a Folha, que leio todos os
dias- esclarecer à sociedade a verdade
sobre a aposentadoria do ministro Reinhold Stephanes.
Segundo consta, por trás desse paladino, pseudodefensor de uma Previdência moralizada, está um hipócrita,
aposentado precocemente, e um aproveitador das 'benesses' que a legislação
atual lhe ofereceu e que hoje ele critica
e quer mudar."
Antonio Donizeti Barriviera (Marechal Cândido Rondon, PR)
Parque de diversão
"Em 18/11 o governo federal baixou
uma portaria que regula o Imposto de
Importação. No cabeçalho dessa portaria, o sr. ministro da Fazenda, Pedro
Malan, diz que, com o objetivo de
'manter o ritmo dos investimentos necessários para a modernização do parque industrial brasileiro, resolve' reduzir a alíquota do Imposto de Importação para máquinas e equipamentos,
mostrando a listagem de todas as máquinas. Ao final, temos 'tobogã aquático com infláveis, bóias circulares e alças de segurança (para parque aquático) e dois tipos de montanha-russa,
com e sem looping (para parque de diversões). Acredito que o sr. ministro
não saiba a diferença entre parque
aquático, parque de diversões e parque
industrial. Caro amigo, está difícil de
digerir!!!"
João Alberto dos Santos Silva (Santos, SP)
Presos políticos
"Parabéns ao governador Mário Covas pelo decreto nş 42.789, que resgata
os direitos de funcionários públicos demitidos por motivos políticos. Na qualidade de advogada de dezenas de perseguidos políticos, em nome deles,
quero congratular o sr. governador por
realizar mais um ato de justiça."
Paula Sapir Febrot, membro da
ABAP - Associação Brasileira de Anistia dos Políticos e do ULAM - União
Latino Americana de Mulheres (São
Paulo, SP)
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