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ALERTA CENTRAL
É difícil discordar do diagnóstico que subjaz ao alerta dado
pelo Instituto de Finanças Internacionais. Para a organização que reúne grandes conglomerados financeiros mundiais, caso a atividade econômica global se deteriore mais, só
uma ação coordenada entre as principais autoridades econômicas do
planeta poderá evitar a recessão.
Desde setembro de 2001, o índice
de atividade da indústria norte-americana, medido pelo Instituto de Gerenciamento de Fornecimento, não
atingia um patamar tão baixo quanto
o registrado na sondagem de março:
46,2 pontos, sendo que qualquer resultado menor que 50 indica retração
na atividade da indústria. Isso depois
de outras pesquisas já terem mostrado, também nos EUA, queda na confiança do consumidor e em índices
relacionados ao setor habitacional.
Na Europa, o cenário não é diferente. A tendência de valorização do euro diante do dólar parece que vai corroendo as parcas perspectivas de
crescimento em suas mais dinâmicas economias. O desemprego na
área de circulação do euro, em fevereiro, chegou a 8,7%, a pior marca
em três anos. Há analistas preocupados com a possibilidade de surgir no
continente uma espiral deflacionista
a partir, por exemplo, da Alemanha.
No Japão, onde a deflação é realidade já há tempos, a economia continua patinhando na crise em que entrou há mais de uma década.
Uma resposta conjunta das autoridades econômicas, sem entrar no
mérito de sua eficácia, pode ser mesmo a última cartada contra uma recessão mundial. O problema para
que se chegue à cooperação é duplo.
Em primeiro lugar, subsiste, principalmente na Europa, uma aversão
dogmática ao relaxamento da política fiscal e monetária. O Banco Central Europeu resiste em baixar juros e
a Comissão Européia realiza uma
cruzada contra países, a França especialmente, que extrapolam limites de
déficit e endividamento público.
O segundo temor surge do próprio
cenário de guerra, que sempre nutre
o cada-um-por-si nacionalista e, assim, dificulta a consecução de ações
coordenadas, mesmo quando elas se
mostram urgentes e necessárias.
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