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São Paulo, quinta-feira, 03 de abril de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Outros valores
"O "império" está sendo vítima do próprio maniqueísmo. A mentalidade dualista anglo-saxônica, aparentemente incapaz de superar a oposição entre bem e mal, acabaria por projetar o mal num inimigo externo. A coalizão do bem, segundo esse esquema, teria necessariamente de ser preferida em lugar de Saddam -a encarnação do mal- por todos aqueles que odiassem este. Iraquianos, em geral, e xiitas, em especial, não só passariam para o lado dos invasores como os receberiam com chuvas de rosas. Mas a cegueira ideológica impediu-os de perceber que, para além desses dois pólos fictícios, poderia haver ainda outros valores mais importantes para esses povos. Por exemplo, a religião, a nação, a "raça", a solidariedade, enfim, valores bem distintos dos propugnados pelos senhores da guerra (democracia, liberdade, consumo etc.)."
Edson Dognaldo Gil (São Paulo, SP)

 

"Gostaria de parabenizar a Folha por ter publicado a informação sobre as mortes dos parentes de Razek al-Kazem al-Khafaj (Mundo, pág. A14). Fiquei totalmente indignada ao saber dessa tragédia causada por um míssil disparado de um helicóptero norte-americano. Como pode haver tanta injustiça? Como se pode infligir tanto sofrimento a inocentes?"
Érica F. Melo (Morro Agudo, SP)

 

"A foto daquele homem iraquiano chorando a perda de sua família mostra uma realidade: os EUA são os "libertadores" do novo milênio, não importa que crianças, velhos e mulheres morram, mas, sim, que o mundo seja livre e "democrático"."
Omar Souza Ahmed (São Paulo, SP)

 

"Depois que o governo Bush cuspiu sobre as resoluções da ONU, ignorou todas as opiniões contrárias à guerra e começou a dinamitar soberbamente o Iraque, começaram a ficar claros a idiotice e os malefícios causados pelo chamado "pacifismo", que possibilitou que apenas uma nação se armasse desse jeito e que detivesse o poder bélico para ditar regras ao mundo. Essa negligência e passividade dos governos mundiais foi uma traição a todos os outros Exércitos e a todos os outros povos, que agora se vêem impotentes e humilhados diante dessa carnificina covarde e megalomaníaca."
Ezio Flavio Bazzo (Brasília, DF)

 

"Gostaria de dar minha contribuição à polêmica em torno do termo "império", usado pela Folha. Se o mundo, com destaque para nossas crianças, é diariamente coagido a falar e a pensar em inglês -como já ocorreu com o latim-, se o Exército norte-americano -assim como as antigas legiões romanas- é uma força onipresente atuante em todo o mundo e se o lixo cultural norte-americano -pobreza composta de violência, superficialidade e praticidade idiotizante- nos é enfiado goela abaixo desde que nascemos -com peso muito maior do que fazia Roma-, qual é o problema em chamá-los de "império'?"
Milton Fernandes Filho (São Paulo, SP)

 

"Excelente a análise do psicanalista Jurandir Freire Costa ("A fúria de um mundo agonizante", Mundo, pág. A22, 1º/4). O fracasso do modelo atual, baseado em valores consumistas e destituído de valores humanos, explode num triste banho de sangue aqui e lá. Só nos resta esperar que o "grasnar desse abutre moribundo" tenha fim num tempo breve."
Rita de Cássia Lustosa Messias Barrense (São Paulo, SP)


Emprego
"O professor Hélio Zylberstajn ("Primeiro emprego e primeiro namoro", "Tendências/Debates", 29/3) precisa sair mais vezes do círculo restrito dos alunos bem nutridos da FEA-USP. Somente naquele ambiente é que é possível entender a metáfora de que o jovem experimenta empregos da mesma forma como experimenta namoradas. No mundo dos de baixo, os jovens clamam por estabilidade e querem mais é casar logo e constituir família. Mas são as empresas que fogem do compromisso, preferindo manter noivados precários, baseados em promessas vagas."
João Batista da Silva (São Paulo, SP)


Césares
"Cumprimento a Folha pelo excelente artigo "Os que vão morrer", do desembargador Caetano Lagrasta ("Tendências/Debates", 2/4). Tive a oportunidade de ler vários textos a respeito do mesmo assunto, porém nenhum deles teve a autoridade e a coragem desse articulista. Meus parabéns ao doutor Lagrasta, que não identificou o "grande César". Vista a carapuça quem quiser."
Patricia Aparecida Martins de Oliveira (São Paulo, SP)

 

"Em relação ao artigo "Os que vão morrer", gostaria de dizer que é muito comum ler que "os advogados isso", "os advogados aquilo", tachando-os de grandes colaboracionistas do crime organizado. E o autor do artigo não utilizou linha diferente quando entende que o crime organizado se serve dos melhores advogados. O que o autor não teve a humildade de reconhecer é que também no Judiciário poderia estar fincado um dos tentáculos do crime organizado, pois um bom advogado, mesmo corrompido pelo poder do crime, nunca obteria sentenças favoráveis por causa do seu bom nome e competência. E o dinheiro que serviria para corromper policiais não serviria para fazer o mesmo com juízes?"
Rodolfo Hazelman Cunha (São Paulo, SP)


PT
"Seria injusto esperar que o PT, em três meses, mudasse radicalmente o que o governo FHC deixou de ruim. Mas algo imperdoável nos petistas foi a criação de novos cargos para empregar aqueles amigos do rei que não ganharam as eleições ou que ficaram de fora delas. Não bastasse isso, Lula agora está se batendo para arrumar uma "boquinha" para o marido da prefeita de São Paulo, a "Martaxa". A história de nomear um assessor de imprensa para assuntos internacionais seria uma piada se não fosse outra "maracutaia"."
Laércio Zanini (Garça, SP)


Fome Zero
"Fome Zero não passa de uma esmola política para que os otários brasileiros fiquem em ordem e na miséria e não atrapalhem o progresso dos políticos, com seus salários altíssimos, mordomias, privilégios e corrupção. Esses impostos, taxas, tarifas, pedágios servem só para manter os políticos vagabundos, que nunca fazem nada pelo povo. O povo não quer esmola (arroz, feijão e banana). Queremos empregos, salários decentes e menos impostos para termos uma economia melhor e preços baixos. Nós, brasileiros comuns, e os empresários temos de nos unir para fazer essas reformas fiscais, judiciárias e políticas para diminuir gastos e acabar com as injustiças."
José Cerqueira dos Santos (Campinas, SP)


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