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IMIGRANTES NOS EUA
Os debates em torno de uma
nova lei de imigração dividem
os EUA. Republicanos da Câmara
aprovaram um projeto bastante duro, que transforma a imigração ilegal
em crime federal, tornando mais fácil prender e deportar estrangeiros irregulares. Pela proposta, qualquer
americano que contrate ilegais ou os
proteja também seria punido. Outro
ponto do projeto é a construção de
um muro na fronteira sul do país, para impedir mexicanos de entrar.
Os deputados republicanos não inventaram uma legislação tão draconiana do nada. Ela é a resposta bruta
a um problema concreto que desperta os temores de número cada vez
mais elevado de norte-americanos.
Os imigrantes ilegais nos EUA já somam 11 milhões. São acusados de tirar empregos de americanos, reduzir
seus salários, promover o crime e beneficiar-se de programas sociais.
Felizmente, nem todos nos EUA
participam dessa visão preconceituosa. Houve reações da sociedade
civil à proposta da Câmara. Os senadores, mais razoáveis, apresentaram
um projeto alternativo de lei de imigração, que também reforça a vigilância nas fronteiras e facilita a deportação de ilegais, mas evita os piores exageros do texto concorrente.
Mais importante, os senadores
propõem que os estrangeiros que já
estejam irregularmente nos EUA
possam legalizar sua situação e até
obter a cidadania, se cumprirem
uma série de exigências. O projeto do
Senado, ainda em tramitação, já provocou a ira de republicanos mais
conservadores, que vêem o mecanismo de legalização como uma anistia.
O presidente George W. Bush, que
vem defendendo uma legislação
mais generosa, está em maus lençóis. Se apoiar o projeto da Câmara,
estará contradizendo suas próprias
declarações. Se voltar-se para a proposta do Senado, mais identificada
com os democratas, poderá estar
comprando uma briga fatal com os
republicanos mais radicais, grupo ao
qual deve sua eleição. Para tornar tudo mais dramático, esse é um ano
eleitoral, no qual parte da Câmara e
do Senado será renovada.
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