São Paulo, quarta-feira, 03 de julho de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Anatel
"Quero registrar minha indignação a respeito de declaração equivocada a mim atribuída na reportagem "Teles não cumprem meta, e Anatel não multa" (Dinheiro, pág. B6, 24/6), de László Varga. Refiro-me prioritariamente ao quinto parágrafo, em que o repórter, ao discorrer sobre punições e multas referentes ao não-cumprimento de metas, a mim atribuiu, de modo leviano, a declaração "e não faz sentido aplicarmos multas porque uma operadora não cumpre uma ou duas metas". Ao ser indagado sobre essa questão, minha afirmação foi clara. Disse que as sanções aplicáveis em caso de descumprimento de metas evoluem de advertências até a perda da concessão, passando pela aplicação de multas. Disse que "a perda da concessão pela operadora é uma ação radical, que não pode ser aplicada pelo descumprimento de um ou de dois indicadores". Convém destacar que monitoramos mensalmente cerca de 60 indicadores de qualidade por operador. A afirmação a mim atribuída levou, com toda justiça, à contestação do leitor Marcel Ribeiro da Silva ("Painel do Leitor", 25/6). Quanto às multas e advertências, disse que elas têm sido frequentemente aplicadas -os dados estão disponíveis para consulta na Anatel. Nos dois parágrafos seguintes, além de incompleta, a redação dessa informação exprime evidente tendência maliciosa. Vale ressaltar que o Pado não propicia nenhuma hipótese do tipo "caso a Anatel e a operadora não cheguem a um entendimento...". A operadora será punida se for comprovada a irregularidade objeto da apuração de um Pado. E essa punição não é definida nem emitida por técnicos da Anatel, mas no âmbito da superintendência afim -no caso a de Serviços Públicos."
Antônio Carlos Valente, vice-presidente da Anatel (Brasília, DF)

Resposta do jornalista László Varga -
Antônio Carlos Valente declarou que não faz sentido multar uma operadora porque uma ou duas das 60 metas de qualidade não são cumpridas, conforme a reportagem publicada pela Folha. A Anatel não multou nenhuma operadora desde setembro de 2000, segundo informa sua própria assessoria de imprensa.

Candidatura do PSB
"O "Painel" de 28/6 (pág. A4), referindo-se ao candidato do PSB, agrediu a realidade dos fatos várias vezes. 1. Na nota "Abandono anunciado", foi dito que Anthony Garotinho "foi avisado de que será abandonado pelo PSB na maioria dos Estados". Não é verdade. Nem ele foi avisado, nem há a ameaça de isso ocorrer -embora ela possa ser um sonho de parte da imprensa. Quem avisou? Não é dito. Qual a base fatual? Ninguém sabe. O PSB seria um valhacouto de marginais se lançasse um candidato para traí-lo (pior, anunciando a traição). E o candidato seria um idiota se aceitasse essa fraude. Além de violentar os fatos, o "Painel" nos agrediu, pois nos está acusando de um estelionato eleitoral. A acusação exige comprovação. 2. Na mesma nota, lê-se: "Em pelo menos 12 Estados, os socialistas apoiarão a candidatura presidencial de Lula (PT)". Quais são esses 12 Estados? Ninguém sabe. É a ficção que pretende, de tanto ser repetida, firmar-se como verdade. Desafio o "Painel" a relacionar esses 12 Estados. Se o fizer, renuncio ao meu cargo de vice-presidente nacional do partido. Caso não consiga listá-los, terá de assumir que tomou um partido na guerra suja que nos movem certos setores que se julgam prejudicados pela candidatura de Garotinho. 3. A nota "Apoio solitário" afirma que, "dos principais candidatos socialistas a governador, apenas Rosinha Matheus (RJ) fará campanha para Garotinho, seu marido". Isso é mentira. Desafio o "Painel" a indicar entre o que chama de os "principais" candidatos do PSB a governador de Estado um só que não faça campanha pelo nosso candidato à Presidência. De novo uma acusação que exige comprovação. O "Painel" está subordinado ao "Manual da Redação'? Não lhe caberia averiguar a informação, ouvir a outra parte, consultar outras fontes? A redação do "Painel" tem todos os meus telefones e os de outros dirigentes do partido. Na quarta e quinta-feiras, eu estava em Brasília, próximo da Sucursal. Se o repórter quisesse apurar, poderia ter ligado para mim, pois jamais deixei de atender a nenhum jornalista, mesmo quando não posso dar a resposta que ele (ou seu pauteiro) quer ouvir."
Roberto Amaral, vice-presidente nacional do PSB (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Rogério Gentile, editor do "Painel" -
Relatórios internos do próprio PSB, repassados por dois dirigentes da cúpula do partido -um favorável e outro contrário à candidatura de Anthony Garotinho-, e conversas reservadas com candidatos a governador pelo partido confirmaram a apuração.

Astrologia
"O editorial "O céu como limite" (Opinião, pág. A2, 2/7) comenta a regulamentação da "profissão" de astrólogo. É de arrepiar. Se for aprovada, a profissão passará a ser de "competência privativa de astrólogo", e todas as entidades "públicas, privadas ou mistas que envolvam questões do campo da astrologia" deverão contar com "assessoria obrigatória do astrólogo profissional". Só no setor público, com os 5.000 municípios brasileiros, um astrólogo para a prefeitura, outro para a Câmara, mais um para o Judiciário... Realmente o limite será o céu. A idéia parece profícua por abrir também a possibilidade de regulamentação de outros profissionais, como os de feng shui, de tarô, de búzios, de vidência etc."
Thomaz Figueiredo Magalhães Neto (São Paulo, SP)

Dissidência
"Foi lamentável a "conclusão" publicada no texto "Rita Lee ensaia formar dissidência" (Ilustrada, pág. E6, 1º/7) de que eu estaria "ensaiando uma dissidência anti-Lobão". O que eu disse à jornalista Claudia Assef foi que o meu contato nessa questão é com Beth Carvalho -não converso com Lobão apenas por motivos pessoais. Sou a favor da numeração de discos, mas quero também me informar sobre o outro lado da moeda."
Rita Lee (São Paulo, SP)

TV a cabo
"Como profissional que atua nessa indústria há algum tempo, não poderia deixar passarem em branco os absurdos descritos por Eugênio Bucci no artigo "A cabo" (TV Folha, pág. 2, 23/6). Primeiro ele diz que "...há uma nuvem de desinteresse aí há mais de uma década e que, portanto, não é nada passageira...". Lembro que o número de assinantes desse serviço passou de 1,8 milhão em 96 para 3,5 milhões em 2001, tendo crescido continuamente nesse período. Posso até passar os dados completos caso o articulista ache interessante, pois são dados de uma pesquisa contínua chamada Pay Tv Survey. Quanto à audiência, será que Bucci realmente sabe o que está falando? Sabe, por exemplo, que um jogo de futebol no Sportv é visto por cerca de 1 milhão de pessoas diferentes e que o "Jornal das Dez", da Globonews, é visto por cerca de 2,5 milhões de pessoas diferentes num mês, segundo o Ibope. Com esses dados, que são uma pequena amostra dessa indústria, ele continuaria dizendo que existe um desinteresse por essa indústria? Outro dado interessante. Será que Bucci sabe que, de dezembro de 1996 a dezembro de 2001, a circulação da Folha caiu 29%, o mesmo tendo ocorrido com os principais jornais do país e também com as principais revistas -segundo o IVC-, que, junto com TV paga, formam um grupo de meios de comunicação com relevância no país que tem seu acesso pago? Será que isso mostra desinteresse por esses meios de comunicação também?"
Claudio Santos, diretor comercial da Globosat (São Paulo, SP)



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