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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
João Paulo 2º, profeta da unidade
Neste ano, a festa litúrgica de São
Pedro e São Paulo será celebrada
no Brasil amanhã, dia 4 de julho. É
também o momento para agradecermos a Deus o pontificado abençoado
de João Paulo 2º, que, em breve, completará 26 anos como sucessor do
apóstolo Pedro e Pastor visível da
Igreja.
Desejo manifestar a gratidão à Divina Providência pelo exemplo de total
dedicação ao ministério petrino que o
Papa João Paulo 2º nos dá, na seqüência de seus imediatos predecessores,
que tive a alegria de conhecer pessoalmente. O Papa Pio 12 abençoou-me na
manhã de minha primeira missa, em
Roma, em 5 de junho de 1958. O Papa
João 23 encantou-me e a todos pela
sua bondade e a coragem do Vaticano
2º. A Paulo 6º, que tanto nos impressionou pelo testemunho de fé, pelo
amor à Igreja e pela lucidez em conduzi-la, a ele devo a eleição ao episcopado. De João Paulo 1º conservo a simplicidade, a candura de seu sorriso e os
conselhos de alegria no seguimento de
Cristo.
Diante de nós eleva-se a figura amável e veneranda de João Paulo 2º com
sua grandeza moral e vigor apostólico.
Reúne, em sua pessoa, a paixão pela
unidade confiada a Pedro e o carisma
missionário de Paulo, incansável pregador do Evangelho, peregrino e profeta da paz.
Neste ano de 2004, o dia dedicado
aos apóstolos Pedro e Paulo, colunas
da Igreja , ficará marcado na história
pelo anseio maior de unidade entre
católicos e ortodoxos. Na manhã de 29
de junho, o Papa João Paulo 2º e o Patriarca Ecumênico de Constantinopla,
Bartolomeu 1º, deram-nos, em Roma,
belo testemunho de recíproca acolhida e compreensão fraterna.
A visita do Patriarca Bartolomeu 1º a
Roma celebra o memorável encontro
acontecido em Jerusalém há 40 anos
(janeiro de 1964) entre Paulo 6º e o Patriarca Atenágoras 1º, nove séculos depois da separação entre católicos e ortodoxos. Naquela ocasião, o inesquecível abraço fraterno entre os dois beneméritos Pastores tornou-se nas palavras do Papa, ao abençoar os peregrinos (terça-feira, 29/6), símbolo da
desejada reconciliação entre a Igreja
Católica e as Igrejas Ortodoxas assim
como profecia de esperança no caminho para a plena unidade entre todos
os cristãos."
O Papa anunciou, ainda, a intensificação do diálogo teológico internacional, confiado desde 1979 a uma "comissão mista" criada pelo Papa João
Paulo 2º e pelo Patriarca de Constantinopla, Demetrios 1º
O Santo Padre convidou todos à oração para que, impulsionados pelo
mandamento sempre novo do amor
de Cristo, sejam por Ele purificados na
memória de toda discriminação e ressentimento e "avancem livremente no
caminho da unidade". O mesmo zelo
do Papa pela concórdia e unidade se
manifesta no seu empenho pelo fortalecimento da União Européia, incentivando o desenvolvimento da paz, da
justiça e da solidariedade. Em reconhecimento da contribuição decisiva
de João Paulo 2º para a unificação pacífica do continente europeu, o chanceler Gerhard Schröder entregou ao
Papa o Prêmio Carlos Magno, lembrando que o Papa eslavo criou uma
ponte espiritual para unir os povos do
Leste e do Oeste da Europa.
Que Deus abençoe nosso Papa na
sua heróica missão de paz! Em comunhão com o sucessor de Pedro, invoquemos a Mãe de Jesus e nossa a fim
de que nos ajude a apressar o dia da
plena união entre todos conforme a
vontade de Cristo.
Dom Luciano Mendes de Almeida escreve aos
sábados nesta coluna.
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