São Paulo, sábado, 03 de julho de 2004

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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA

João Paulo 2º, profeta da unidade

Neste ano, a festa litúrgica de São Pedro e São Paulo será celebrada no Brasil amanhã, dia 4 de julho. É também o momento para agradecermos a Deus o pontificado abençoado de João Paulo 2º, que, em breve, completará 26 anos como sucessor do apóstolo Pedro e Pastor visível da Igreja.
Desejo manifestar a gratidão à Divina Providência pelo exemplo de total dedicação ao ministério petrino que o Papa João Paulo 2º nos dá, na seqüência de seus imediatos predecessores, que tive a alegria de conhecer pessoalmente. O Papa Pio 12 abençoou-me na manhã de minha primeira missa, em Roma, em 5 de junho de 1958. O Papa João 23 encantou-me e a todos pela sua bondade e a coragem do Vaticano 2º. A Paulo 6º, que tanto nos impressionou pelo testemunho de fé, pelo amor à Igreja e pela lucidez em conduzi-la, a ele devo a eleição ao episcopado. De João Paulo 1º conservo a simplicidade, a candura de seu sorriso e os conselhos de alegria no seguimento de Cristo.
Diante de nós eleva-se a figura amável e veneranda de João Paulo 2º com sua grandeza moral e vigor apostólico. Reúne, em sua pessoa, a paixão pela unidade confiada a Pedro e o carisma missionário de Paulo, incansável pregador do Evangelho, peregrino e profeta da paz.
Neste ano de 2004, o dia dedicado aos apóstolos Pedro e Paulo, colunas da Igreja , ficará marcado na história pelo anseio maior de unidade entre católicos e ortodoxos. Na manhã de 29 de junho, o Papa João Paulo 2º e o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu 1º, deram-nos, em Roma, belo testemunho de recíproca acolhida e compreensão fraterna.
A visita do Patriarca Bartolomeu 1º a Roma celebra o memorável encontro acontecido em Jerusalém há 40 anos (janeiro de 1964) entre Paulo 6º e o Patriarca Atenágoras 1º, nove séculos depois da separação entre católicos e ortodoxos. Naquela ocasião, o inesquecível abraço fraterno entre os dois beneméritos Pastores tornou-se nas palavras do Papa, ao abençoar os peregrinos (terça-feira, 29/6), símbolo da desejada reconciliação entre a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas assim como profecia de esperança no caminho para a plena unidade entre todos os cristãos."
O Papa anunciou, ainda, a intensificação do diálogo teológico internacional, confiado desde 1979 a uma "comissão mista" criada pelo Papa João Paulo 2º e pelo Patriarca de Constantinopla, Demetrios 1º
O Santo Padre convidou todos à oração para que, impulsionados pelo mandamento sempre novo do amor de Cristo, sejam por Ele purificados na memória de toda discriminação e ressentimento e "avancem livremente no caminho da unidade". O mesmo zelo do Papa pela concórdia e unidade se manifesta no seu empenho pelo fortalecimento da União Européia, incentivando o desenvolvimento da paz, da justiça e da solidariedade. Em reconhecimento da contribuição decisiva de João Paulo 2º para a unificação pacífica do continente europeu, o chanceler Gerhard Schröder entregou ao Papa o Prêmio Carlos Magno, lembrando que o Papa eslavo criou uma ponte espiritual para unir os povos do Leste e do Oeste da Europa.
Que Deus abençoe nosso Papa na sua heróica missão de paz! Em comunhão com o sucessor de Pedro, invoquemos a Mãe de Jesus e nossa a fim de que nos ajude a apressar o dia da plena união entre todos conforme a vontade de Cristo.


Dom Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.


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