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FRUSTRAÇÃO COMERCIAL
Agora é indiscutível: há dificuldades
mais sérias do que se previa com o
ajuste das contas externas brasileiras,
em especial do saldo comercial.
A balança entre exportações e importações teve em junho um déficit de
US$ 144 milhões. Mesmo depois da
desvalorização do real, as exportações sofreram uma queda de 11,73%
em relação ao mesmo mês de 98.
Esses resultados tornam inviável a
meta de US$ 4 bilhões de superávit
comercial estabelecida com o Fundo
Monetário Internacional, resultante
já de uma revisão da projeção anterior
de um saldo de US$ 11 bilhões.
Talvez esses dados sejam um dos fatores responsáveis pelo atraso na divulgação das novas metas do acordo
com o Fundo. As avaliações no mercado chegam, no momento, a estimar
um superávit da ordem de US$ 2 bilhões em 1999, ainda assim fruto de
um exercício de otimismo.
Parece evidente que a frustração nas
metas de saldo comercial não será superada a golpes de novas rodadas de
desvalorização cambial.
O mais importante, no entanto, é
destacar os dois elementos fundamentais que impedem a melhoria significativa das exportações brasileiras:
a falta de competitividade e o horizonte de crescimento lento (ou mesmo de estagnação) em alguns dos
principais mercados mundiais.
Obviamente, o governo brasileiro
nada pode fazer pelo crescimento dos
mercados para os quais gostaria de
ver o país exportando.
Mas há muito por fazer para elevar a
competitividade das exportações brasileiras e, nesse terreno, a ação oficial
é nitidamente insuficiente.
Há recorrentes declarações de intenções: de apoio a pequenas e médias empresas, de compromisso com
a reforma tributária, de aumento das
linhas de crédito oferecidas a exportadores e de maior coordenação entre
as várias esferas de governo que lidam com o comércio exterior.
Tudo isso no momento é uma esperança que, infelizmente, parece ainda
bem distante de se realizar.
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