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POLÍTICA DE SEGURANÇA
O drama vivido na semana
passado pela família Abravanel chamou a atenção da população
para o número de sequestros no Estado de São Paulo em 2001. No primeiro semestre deste ano, houve 102
crimes desse tipo, número superior à
soma registrada de 1998 a 2000.
O governo estadual alegou que essa
explosão de sequestros representa
uma migração de criminosos que
antes agiam em áreas em que a polícia tem atuado com vigor, como roubo de carga e assalto a bancos.
Essa explicação é exemplo da ineficiência das políticas de segurança no
país. Ainda que a ação policial tenha
sucessos parciais, o combate global
à violência parece mal planejado.
Afinal, com os recursos tecnológicos atualmente disponíveis, é mais
factível planejar a ação policial a partir de um acompanhamento preciso
das ocorrências policiais de acordo,
por exemplo, com as regiões e os tipos de crime.
A questão da segurança exige, porém, mais do que planejamento. Infelizmente, ela não tem obtido boas
respostas de setores políticos tanto à
direita quanto à esquerda.
De um lado, alguns pregam a truculência como sinônimo de eficiência policial, ignorando direitos do cidadão e a capacidade que as mazelas
sociais do país têm de gerar novos
candidatos ao crime. Do outro, alguns consideram a violência como
um problema que só será resolvido
com melhores condições sociais, esquecendo que a população, em especial a mais pobre, permanece assim
sob a ameaça de bandidos.
Uma boa política de segurança exige uma atuação policial ao mesmo
tempo firme e respeitosa dos direitos
dos cidadãos. Essa não é uma tarefa
fácil, que depende, entre outras coisas, de recursos para melhores salários, treinamentos e equipamentos.
É também preciso debelar a corrupção na polícia e criar condições
para que a plena confiança da população nessa corporação seja recuperada e, por extensão, o orgulho do
policial. A segurança é uma questão
de planejamento, de atuação técnica
e de cidadania.
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