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HORÁRIO ELEITORAL
O Senado Federal aprovou, na
semana passada, mudanças
no horário político da TV e dos rádios. O projeto do senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) é bem-vindo e pode ser melhorado na Câmara, para
onde deve seguir em breve.
A principal alteração diz respeito à
divisão do tempo entre os vários partidos políticos. Atualmente, cada legenda tem seu quinhão de tempo definido segundo a representação da
sigla na Câmara no início da legislatura. Pelo projeto, o critério passaria
a ser pelo desempenho eleitoral do
partido no pleito mais recente.
A proposta tem a evidente vantagem de pôr um fim à frenética movimentação de deputados pelas legendas a cada mudança de legislatura,
com vistas a dar mais tempo de TV a
uma dada sigla. A conduta, que chegou a ser comparada à venda do passe que ocorre entre jogadores de futebol, constitui flagrante ofensa ao
princípio democrático. O deputado
que se comparou a atleta profissional, vale mencioná-lo, acabou merecidamente perdendo seu mandato.
É o caso de aperfeiçoar ainda mais
o projeto, reexaminando as distorções que hoje existem pelo fato de
haver Estados com representação na
Câmara diferente de sua população.
Essa situação faz com que o voto de
um eleitor do Acre, por exemplo, valha mais do que o de um paulista, no
que constitui uma dificuldade para o
princípio democrático de que, na Câmara, todos os eleitores devem estar
igualmente representados.
Seria oportuno também voltar a
discutir o formato da propaganda
política no rádio e na TV. Na configuração atual, em que todas as emissoras exibem os mesmos programas
eleitorais no mesmo horário, ouvintes e telespectadores ficam privados
de exercer seu direito de escolha,
uma violação de um dos mais básicos princípios da democracia.
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