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FERNANDO RODRIGUES
O vice preferencial
BRASÍLIA - Os últimos três meses serviram de amostra grátis da instabilidade do cenário sucessório.
Em junho, Itamar Franco emergia
como o grande nome de centro para
desbancar o tucanato. O PMDB estava em frangalhos. Jader Barbalho
perdera o controle da sigla.
Hoje, 90 dias depois, Itamar Franco
é apenas mais um nome entre outros
tantos no lusco-fusco do segundo lugar nas pesquisas. O PMDB governista se recompôs, higienizando-se em
parte da aspersão de lama do caso Jader. É quase certo que os itamaristas
serão humilhados na convenção da
sigla, no próximo domingo.
Com a queda de Itamar, o vácuo
governista foi logo preenchido pelo
sempre pragmático PFL. Gastou todas as suas inserções gratuitas na TV
deste semestre para incensar a governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Fabricou um nome para o tabuleiro sucessório.
Garotinho também é outro que subiu e parou. Desentendeu-se com a
Rede Globo e parece ter selado o seu
destino. É improvável que consiga reconquistar o "momentum" que teve
no primeiro semestre deste ano.
Daqui a 90 dias, é certo que o cenário também será bem diferente do de
hoje. Como a eleição está a 13 meses
no calendário, é quase impossível fazer uma previsão com mínima chance de acerto. O único comentário sensato a ser feito é que o PSDB fará de
tudo para manter o nome indicado
para a cabeça da chapa.
Restará aos outros partidos se engalfinharem para preencher a vaga
de candidato a vice-presidente.
Também é correto afirmar que hoje
a tendência é de o vice ser indicado a
partir de duas siglas: PFL e PMDB.
Outros partidos entram apenas como
penduricalhos na coalizão.
O vice preferencial era do PMDB há
90 dias. Hoje, é do PFL. Daqui a 13
meses ninguém sabe. Afinal, é cada
vez mais óbvio que Jader não deseja
cair deixando o PFL incólume.
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