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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
Caminhos novos
A data de 1º de janeiro de 2003
permanecerá em nossa história
como um dia de muita esperança para
nosso povo.
A acolhida do presidente Luiz Inácio
e dos novos governantes transformou-se numa surpreendente festa nacional. Em Brasília, 250 mil pessoas
ocupavam a Esplanada e as ruas. Bandeiras e flores. Vibração patriótica e
cenas comoventes. Gente que veio de
longe e viajou dias para estar ali.
As autoridades de outras nações terão ficado impressionadas com o clima ordeiro e com a contagiante alegria que a multidão em Brasília manifestava. É certo que não podemos esquecer a grave situação internacional
e os problemas que afligem o Brasil.
Existe, no entanto, intenso anseio de
mudanças e vontade de cooperar para
que aconteçam de modo pacífico e eficaz.
Nos diferentes Estados, houve mais
participação do que em anos precedentes e, em todo o país, acompanhou-se pela televisão o que sucedia
na capital. Notável foi a cordialidade
que marcou a transmissão dos cargos,
aludindo com reconhecimento aos
serviços prestados no quadriênio precedente e ao empenho em facilitar o
processo de transição. Esse mérito
enaltece a pessoa do presidente Fernando Henrique e de seus colaboradores.
É cedo para que os analistas possam
avaliar, de modo objetivo, os aspectos
positivos e negativos dos anos anteriores. Temos de constatar, no entanto, a
vivência mais consciente da cidadania
pelo interesse e atuação durante a
campanha eleitoral, os dias de votação
e o início do novo governo.
Num ambiente de respeito mútuo e
de moderação, vimos nosso povo
crescer na expectativa de políticas sociais que corrijam os excessos da globalização excludente e as desigualdades profundas e que garantam condições dignas para todos os brasileiros.
Aguardávamos a palavra do presidente Luiz Inácio no Congresso Nacional.
O pronunciamento de posse, entrecortado de aplausos, abriu horizonte
para as mudanças necessárias e fortaleceu a esperança de realizar os programas anunciados no período eleitoral.
Entre os pontos fortes permito-me
sublinhar o combate à fome. "Convoco meu povo para um mutirão nacional contra a fome", insistindo na solidariedade humana que não pode padecer que um irmão ou irmã fique
sem alimento. Afirmou ainda a urgência de assegurar trabalho e distribuição de renda. "Criar emprego será minha obsessão." Alia-se a isso a necessidade de reforma agrária pacífica e planejada sem afetar as terras produtivas,
o incremento à agricultura familiar e
ao cooperativismo. Defendeu as reformas tributária, da Previdência, política e da legislação trabalhista, a ética no
serviço público, o combate à corrupção e o empenho na segurança pública
Não esqueceu a política externa,
com especial atenção à América do
Sul e ao continente africano, ao qual
estamos unidos por laços profundos.
As mudanças preconizadas requerem,
no entanto, união de esforços e hão de
se dar "com coragem e cuidado, humildade e ousadia, sem atropelos e
com base no diálogo e pela negociação".
Fiquei feliz ao constatar que, para o
presidente, a esperança e o otimismo
têm por base não só a solidariedade
que deve existir entre todos os brasileiros mas o recurso confiante a Deus.
Façamos todos nós a prece, pedindo a
Deus que ilumine nossos governantes
e lhes conceda "sabedoria, discernimento, serenidade e coragem". Abençoe a nós também para vencermos os
desafios e servirmos à causa da justiça
e da paz. Feliz o povo que aprende a
confiar em Deus.
Dom Luciano Mendes de Almeida escreve aos
sábados nesta coluna.
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