São Paulo, sábado, 04 de janeiro de 2003

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GABRIELA WOLTHERS

Brasil à venda

RIO DE JANEIRO - Depois de oito anos com o mesmo governo, os mesmos personagens, as mesmas declarações e a mesma maneira de falar, é alentador ver Brasília povoada de gente nova, com idéias novas, gente ainda não contaminada pela burocracia muitas vezes paralisante da máquina estatal.
OK, muitos beiram a megalomania ao prometer extirpar o analfabetismo num prazo de quatro anos ou uma "revolução social" nesse mesmo curto espaço de tempo histórico. Com um cenário internacional que não inspira a mínima confiança e a falta de recursos para investimentos por aqui, melhor acreditar nas propostas que não precisam de muito dinheiro para serem implementadas.
Uma dessas idéias foi apresentada pelo ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. Não acarretará revolução nenhuma, mas, se bem aplicada, bem que pode vir a incrementar a imagem do Brasil no exterior e trazer dividendos econômicos.
A idéia é simples. O ministro propõe que brasileiros reconhecidos internacionalmente promovam o país e seus produtos. É incrível que uma nação que tem jogadores de futebol espalhados por todo o planeta, modelos nas capas das principais revistas internacionais e artistas consagrados simplesmente menospreze o apelo de marketing desses ídolos.
É possível encontrar jovens vestindo camisas da seleção brasileira -e só da seleção brasileira- da Finlândia à África do Sul. Quando o Brasil ganhou a Copa do Mundo, crianças do mundo inteiro imitaram o corte de cabelo nada ortodoxo de Ronaldinho. Se um jogador teve o poder de fazer as pessoas desfilarem por aí com o cabelo daquele jeito, não conseguirá convencê-las a pelo menos olhar com mais atenção os produtos brasileiros?



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