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GABRIELA WOLTHERS
Brasil à venda
RIO DE JANEIRO - Depois de oito anos com o mesmo governo, os mesmos personagens, as mesmas declarações e a mesma maneira de falar, é
alentador ver Brasília povoada de
gente nova, com idéias novas, gente
ainda não contaminada pela burocracia muitas vezes paralisante da
máquina estatal.
OK, muitos beiram a megalomania
ao prometer extirpar o analfabetismo num prazo de quatro anos ou
uma "revolução social" nesse mesmo
curto espaço de tempo histórico. Com
um cenário internacional que não
inspira a mínima confiança e a falta
de recursos para investimentos por
aqui, melhor acreditar nas propostas
que não precisam de muito dinheiro
para serem implementadas.
Uma dessas idéias foi apresentada
pelo ministro do Desenvolvimento,
Luiz Fernando Furlan. Não acarretará revolução nenhuma, mas, se bem
aplicada, bem que pode vir a incrementar a imagem do Brasil no exterior e trazer dividendos econômicos.
A idéia é simples. O ministro propõe que brasileiros reconhecidos internacionalmente promovam o país e
seus produtos. É incrível que uma nação que tem jogadores de futebol espalhados por todo o planeta, modelos
nas capas das principais revistas internacionais e artistas consagrados
simplesmente menospreze o apelo de
marketing desses ídolos.
É possível encontrar jovens vestindo camisas da seleção brasileira -e
só da seleção brasileira- da Finlândia à África do Sul. Quando o Brasil
ganhou a Copa do Mundo, crianças
do mundo inteiro imitaram o corte
de cabelo nada ortodoxo de Ronaldinho. Se um jogador teve o poder de
fazer as pessoas desfilarem por aí
com o cabelo daquele jeito, não conseguirá convencê-las a pelo menos
olhar com mais atenção os produtos
brasileiros?
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