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QUANTO MAIS QUENTE, PIOR
O ano de 1998 se encerra com um
recorde indesejável para o planeta:
registrou a mais alta temperatura
média global desde que começaram
as medições sistemáticas, em 1860.
Os dez anos mais quentes nessa série
ocorreram todos depois de 1983. Sete
deles, na atual década.
Negar que a atmosfera terrestre se
encontra em processo de aquecimento, assim, tornou-se ocioso. O
planeta esquenta como um viveiro de
plantas, em que a energia do Sol penetra pelas vidraças, mas por elas é
impedida de escapar, na forma de calor. O chamado efeito estufa está em
curso; resta por discutir só o que se
pode e deve fazer para enfrentá-lo.
O papel de vidraças na estufa planetária é desempenhado por gases como o carbônico (CO2), produzido
pela queima de combustíveis fósseis.
Como a concentração de CO2 também está crescendo, cientistas do
Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) identificam a
atividade humana como a mais provável causa do aquecimento.
Subsistem incertezas, no entanto,
dada a complexidade do clima mundial. Não se conhece com precisão
qual a contribuição efetiva da espécie
humana para o aquecimento, na
comparação com causas naturais.
Mais difícil ainda, para os pesquisadores, mostra-se predizer quais as
sequelas climáticas do efeito estufa.
Prevê-se elevação do nível dos mares
em mais de 50 centímetros, bem como aumento da frequência e da gravidade de tempestades e secas.
Há seis anos, na Eco-92, os governos resolveram não aguardar indefinidamente pela certeza científica total. Decidiram agir com base no princípio da precaução: é mais econômico prevenir do que remediar.
Dessa resolução nasceu a Convenção sobre Mudança Climática, detalhada em várias conferências. A mais
recente aconteceu em novembro,
sem avanços palpáveis. Ainda não se
sabia do novo recorde de temperatura, um incentivo a que governos redobrem esforços para legar um planeta habitável a futuras gerações.
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