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Amazônia
"Helio Jaguaribe apresentou sua
opinião sobre o que fazer com a
Amazônia e, sobretudo, sobre como
tratar as populações indígenas ("A
perda da Amazônia", "Tendências/
Debates", 19/2). E, sendo a seção intitulada "Opinião", precisamos respeitar suas opiniões.
Opinião por opinião, aqui vai a
minha: se 200 mil indígenas ocupam 103 milhões de hectares, é bom
saber que 25 mil fazendeiros ocupam a enormidade de 132 milhões
de hectares.
E ainda falta alguém explicar por
que a ocupação dos fazendeiros representa progresso e a dos indígenas significa atraso. Será que é porque estes preservam a mata no lugar de derrubá-la? Tem mais um
detalhe: além destes 132 milhões
ocupados, mais ou menos legalmente, cerca de 2.000 fazendeiros
roubaram uma área grilada de outros 70 milhões de hectares.
Ao valer a conta feita pelo sociólogo, só estes 70 milhões de hectares grilados poderiam produzir, por
dia, dez vezes mais biocombustível
do que todo o petróleo da Arábia
Saudita.
Será que é necessário tirar terra
das populações indígenas? Não bastaria recuperar as terras griladas,
uma vez que a lei diz que isso é crime? Aliás, por que será que grileiro
ainda não vai para a cadeia?
Há muito mais por fazer antes
de se preocupar com as terras indígenas."
SANDRO GALLAZZI , Comissão Pastoral da Terra
(Macapá, AP)
"Acabo de ler o artigo "A perda da
Amazônia" e concordo com os comentários de Helio Jaguaribe sobre
a região amazônica. Nós, brasileiros, estamos correndo o risco de
perder essa terra que Deus nos confiou. É preciso, com urgência, despertar as nossas autoridade para
que percebam o que está se passando de grave na região.
Parabenizo Jaguaribe pelo grito
de alerta que levantou e espero que
continue nos alertando sobre o território brasileiro na região amazônica, tão cobiçado pela voracidade
da economia capitalista.
Faço votos para que o autor consiga despertar a juventude para
se motivar na defesa do território
brasileiro."
TIBOR SULIK (Rio de Janeiro, RJ)
STF e os poderosos
"Enquanto os juízes de primeira
instância e a promotoria pública lutam para realizar justiça e diminuir
os privilégios, mais uma vez o Supremo Tribunal Federal mostra sua
face de salvaguarda das elites.
Ao alegar uso político dos processos de improbidade contra autoridades, baseada em alguns poucos
casos entre centenas de ações, barra uma das mais importantes conquistas da sociedade brasileira.
E o pior é o silêncio dessa mesma
sociedade.
Acredito que esse ato do STF seja
muitíssimo mais grave do que os
crimes hediondos tão comentados
no país. Está na hora de a sociedade
civil, entidades e imprensa se levantarem contra atos das cortes superiores, que, recheadas dos pensamentos mais oligarquistas da nossa
sociedade, impedem o saneamento
moral e o combate à corrupção."
EDÍLSON FORLIN (Curitiba, PR)
Violência
"Tenho visto uma ruma de "intelectuais" praticando a nobre arte de
se refrescar com a pimenta nos
olhos dos outros, clamando por vernizes iluministas etc.
Sugiro que, em vez de fazerem o
curso de vítima por correspondência, tentem sofrer na pele o horror
que tem sido protagonizado pelos
queimadores de pataxós, todos filhinhos de papai, alguns muito bem
empregados, por sinal, e pelos matadores de crianças, como João Hélio. Talvez se conscientizem de que
a maldade não tem hora nem local,
mas necessita de severa punição.
Fiquem certos de que sua esperança de serem a luz-guia da sociedade é inócua, pois seu pensamento
há muito deixou de refletir as condições sobre as quais sofismam."
ALEXANDRE ZACARIAS IGNÁCIO PEREIRA (Rio de Janeiro, RJ)
Voto
"Perfeita a colocação de Nelson
Motta sobre o voto obrigatório
(Opinião, 2/3). Se nenhum candidato conseguir convencer o eleitor
a confiar-lhe o voto, ele deve ficar
em casa e pronto.
Obrigatório deveria ser o parlamentar cumprir seu mandato trabalhando, comparecendo a todas as
sessões, não se envolvendo em maracutaias, não recebendo mensalões nem vantagens descabidas e
indevidas. Obrigatória deveria ser a
coragem dos deputados e senadores de cassarem seus pares que não
honram seus mandatos. Obrigatório deveria ser nenhum representante eleito pelo povo se valer da
"impunidade parlamentar" para encobrir seus crimes.
Só que tudo isso teria de ser aprovado pelos próprios deputados e senadores, que nunca se sentiram
nem nunca se sentirão obrigados
com os eleitores."
JOSUÉ LUIZ HENTZ (São João da Boa Vista, SP)
ICMS
"A Associação Comercial de São
Paulo esclarece que o comentário
de Emílio Alfieri ("Consumidor não
é fiscal, diz Associação Comercial
de SP", 3/3) não é a opinião da entidade, e sim a manifestação do economista. A posição oficial da ACSP,
após ouvidos os órgãos diretivos da
entidade, é representada exclusivamente por seu presidente."
GUILHERME AFIF DOMINGOS , presidente da Associação Comercial de São Paulo (São Paulo,SP)
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