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A CINCO MESES DO PLEITO
Não há propriamente um fato
novo no cenário político nacional. A despeito disso, as pesquisas de intenção de voto registram aumento expressivo nos endossos ao
pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. A indefinição quanto ao
segundo lugar se mantém. A disputa
mais acirrada se dá entre o tucano José Serra e o pessebista Anthony Garotinho. Ciro Gomes, por vezes, aparece como um terceiro elemento a
"embolar" ainda mais a disputa.
Lula parece colher os frutos de uma
fase de inserções intensivas na mídia. Não se pode menosprezar o esforço de mudança da imagem do ex-líder sindical do ABC paulista. O
marketing do PT, dirigido pelo mesmo publicitário que, em 1992, quebrou o jejum de vitórias eleitorais de
Paulo Maluf, se empenha em refrear
aspectos esquerdistas que historicamente têm dificultado a penetração
de Lula e de seu partido em segmentos sociais conservadores.
É cedo para fazer extrapolações sobre o futuro eleitoral. O que se vê, no
mercado dos analistas políticos, são
radicais divergências quanto à trajetória dos candidatos. Os prognósticos vão desde o da vitória do candidato petista ainda no primeiro turno
até o de sua derrota, no turno final,
para o candidato governista, passando pelos que consideram a hipótese
de uma disputa de segundo turno somente entre chapas oposicionistas.
Nem sequer há acordo sobre os nomes que estarão na disputa presidencial de 6 de outubro. A verticalização
das alianças, a liberação da "coligação camarão" (partidos que não concorrerem à Presidência estarão livres
para associar-se nos Estados) e desentendimentos políticos ensejam
pressões que trabalham contra a manutenção de algumas candidaturas.
O que no momento se pode afirmar sobre a disputa pelo Planalto é
que ela será mais difícil para o governismo do que foram as duas últimas.
Há um desgaste natural de uma gestão que passa oito anos no poder;
houve uma cisão importante na base
de partidos que sustenta o presidente; e não há perspectiva de desempenho econômico brilhante, com retomada significativa da renda e do emprego, para os próximos meses.
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