São Paulo, sábado, 04 de maio de 2002

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CONFERÊNCIA DE PAZ

Já praticamente encerrada a pior fase da ofensiva israelense sobre territórios palestinos, iniciam-se agora os esforços para encontrar uma saída negociada para o conflito.
As expectativas mais promissoras -que não chegam a ser muito animadoras- repousam sobre a recém-anunciada conferência internacional para o Oriente Médio. A iniciativa, que é capitaneada pelos EUA e tem o co-patrocínio da União Européia, da Rússia e da ONU, permanece ainda bastante indefinida. Sabe-se apenas que ela ocorreria no verão do hemisfério Norte e teria nível ministerial, isto é, o premiê Ariel Sharon e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser Arafat, não participariam. Local, abrangência e pauta continuam em aberto.
O anúncio da conferência indica que os EUA estão dispostos a envolver-se mais no processo de paz, o que não deixa de ser boa notícia. Apesar da parcialidade dos norte-americanos em favor de Israel, os EUA ainda parecem ser o país que reúne melhores condições de atuar como árbitro no conflito. O co-patrocínio de UE, Rússia e ONU tende a compensar o viés dos EUA. Israelenses e palestinos receberam relativamente bem a notícia da reunião. Ficaram um pouco aquém de indicar que participariam da iniciativa.
Embora o escopo da conferência não tenha sido determinado, acredita-se que a proposta saudita de reconhecimento de Israel pelos países árabes em troca da criação de um Estado palestino venha a ocupar o centro dos debates. Ariel Sharon, que vai encontrar-se com o presidente George W. Bush na semana que vem, também prometeu anunciar um plano "como Israel jamais ofereceu".
A situação no Oriente Médio não deixa espaço para otimismo. Mas, a menos que se acredite, como os mais radicais, que um dos lados vai ser capaz de eliminar militarmente o outro, encontrar um "modus vivendi" torna-se uma fatalidade geográfica. É preciso começar a atuar para que a paz venha o quanto antes.


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