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CONFERÊNCIA DE PAZ
Já praticamente encerrada a
pior fase da ofensiva israelense
sobre territórios palestinos, iniciam-se agora os esforços para encontrar
uma saída negociada para o conflito.
As expectativas mais promissoras
-que não chegam a ser muito animadoras- repousam sobre a recém-anunciada conferência internacional para o Oriente Médio. A iniciativa, que é capitaneada pelos EUA
e tem o co-patrocínio da União Européia, da Rússia e da ONU, permanece ainda bastante indefinida. Sabe-se
apenas que ela ocorreria no verão do
hemisfério Norte e teria nível ministerial, isto é, o premiê Ariel Sharon e
o presidente da Autoridade Nacional
Palestina (ANP), Iasser Arafat, não
participariam. Local, abrangência e
pauta continuam em aberto.
O anúncio da conferência indica
que os EUA estão dispostos a envolver-se mais no processo de paz, o
que não deixa de ser boa notícia.
Apesar da parcialidade dos norte-americanos em favor de Israel, os
EUA ainda parecem ser o país que
reúne melhores condições de atuar
como árbitro no conflito. O co-patrocínio de UE, Rússia e ONU tende a
compensar o viés dos EUA. Israelenses e palestinos receberam relativamente bem a notícia da reunião. Ficaram um pouco aquém de indicar
que participariam da iniciativa.
Embora o escopo da conferência
não tenha sido determinado, acredita-se que a proposta saudita de reconhecimento de Israel pelos países
árabes em troca da criação de um Estado palestino venha a ocupar o centro dos debates. Ariel Sharon, que vai
encontrar-se com o presidente George W. Bush na semana que vem,
também prometeu anunciar um plano "como Israel jamais ofereceu".
A situação no Oriente Médio não
deixa espaço para otimismo. Mas, a
menos que se acredite, como os mais
radicais, que um dos lados vai ser capaz de eliminar militarmente o outro, encontrar um "modus vivendi"
torna-se uma fatalidade geográfica.
É preciso começar a atuar para que a
paz venha o quanto antes.
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