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BONS SINAIS
São animadores os dados relativos ao mês de maio divulgados pela Associação Comercial de
São Paulo. As vendas à vista cresceram 13% em relação a abril e 2,5% na
comparação com maio de 2003.
O mais auspicioso, além dos sinais
de que a economia dá continuidade à
recuperação verificada no primeiro
trimestre, é o bom desempenho das
vendas em setores como o de alimentos e vestuários. Até maio, esses
itens ainda não haviam demonstrado reação significativa, evidenciando
o baixo dinamismo do mercado interno e a fragilização do poder de
compra dos trabalhadores. É igualmente favorável que a inadimplência
tenha caído e que as vendas do setor
automobilístico, fracas em abril, tenham voltado a crescer.
Se esses dados forem representativos de um movimento mais amplo,
como é provável, pode-se considerar
que a reativação da economia caminha, enfim, para se tornar mais homogênea, ou seja, menos concentrada nos setores voltados para a exportação. Com a confirmação desse cenário ganhará vulto o desafio de
avançar na criação de condições para
estimular os investimentos e superar
os conhecidos gargalos de infra-estrutura, notadamente nas áreas de
energia, estradas e portos.
É fundamental que o governo aproveite a conjuntura de reaquecimento
da atividade para dissipar as incertezas do setor produtivo em relação ao
futuro. Seria deplorável se o país desperdiçasse nova oportunidade de dar
início a uma trajetória mais sustentável de expansão da economia, e viesse a repetir a dinâmica do "stop and
go" dos últimos anos, ou seja, um
processo de crescimento medíocre e
descontínuo.
Se as dúvidas quanto à retomada
vão desaparecendo, seus limites ainda permanecem. Uma expansão de
3,5% do PIB, como previsto, está
longe de ser brilhante. E não estão
asseguradas as condições para sua
continuidade. Um ambiente de confiança dependerá em muito de novas
reduções das taxas de juros e da implementação de medidas -como as
políticas industriais e as regras para
investimento- que, mesmo delineadas, ainda não saíram do papel.
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