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São Paulo, segunda-feira, 04 de agosto de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Baderna
"Lula aparece estampado na Primeira Página da Folha, em 2/8, simulando tocar numa orquestra. Na mesma página, está a foto de Heloísa Helena e outros manifestantes sendo massacrados pela polícia. Existe uma relação nesses dois fatos: enquanto o presidente simula estar governando, o país assiste incrédulo ao único espetáculo em cartaz neste governo, a baderna. Tudo o que o PT sempre ensinou, hoje condena.
Se todas essas cenas de violência contra manifestantes tivessem ocorrido no governo FHC, o que teriam dito os petistas?"
Maria Eloiza Rocha Saez (Curitiba, PR)
 

"Vendo a senadora Heloísa Helena tentando invadir um posto do INSS, junto com grevistas, fiquei pensando se a referida não teria outras coisas mais importantes a fazer no Senado, já que o custo de manter um senador é altíssimo: inclui verba de gabinete, mais seu salário, verba de representação, telefone e fax, auxílio-moradia, passagens aéreas e, finalmente, o direito de usar e abusar da gráfica do Congresso.
Eu acho que o dinheiro que pagamos de impostos poderia ser mais bem utilizado, em vez de sustentar uma radical fora de moda, que sabe criticar, mas não mostra -ou não sabe- como fazer para tirar o país da crise."
Reinaldo Pires dos Anjos (Campinas, SP)

Democracia
"A prevalecer o ponto de vista da professora Marilena Chaui (Folha, pág. A10, 3/8), é certo que o "medo" continuará a vencer de goleada a "esperança", que ficou esquecida na campanha eleitoral arquitetada pelos marqueteiros -que agora estão sendo recompensados com o domínio da publicidade oficial.
A atitude da professora, ao dizer que a crise social só existe no noticiário da Folha, é simplesmente uma nova versão da história do pior cego -aquele que não quer ver. Ao enaltecer a democracia petista, falando do atual respeito aos grevistas -ainda sob sua ótica- e da resposta militarizada que era hábito de outros governos, simplesmente ignora a inédita ocupação da Câmara dos Deputados pela PM e a brutal desocupação do INSS, aí incluída a agressão à senadora insubmissa. Isso, é claro, sem levar em conta que as reformas foram amplamente discutidas com as bases... do FMI.
Parece, por fim, que falta ao PT a humildade de reconhecer que quem critica as "sempre sábias" decisões do comitê central instalado em Brasília também é povo; boa parte, inclusive, tendo dado seu voto ao próprio PT."
Ronaldo L. N. Pinheiro (Curitiba, PR)
 

"Marilena Chaui colocou o debate em sua verdadeira perspectiva. Um país só existe realmente quando setores representativos de sua população têm espaço para tornar públicas suas demandas e podem influir nas decisões que afetam diretamente suas vidas.
Democracia não é uma elite impondo regras, visões de mundo e leis que a maioria da população deve, supostamente, obedecer. Democracia é a própria população expressando seus desejos e fazendo valer seu direito básico: viver com dignidade."
Bernadette Siqueira Abrão (Cotia, SP)

Governo e oposição
"Tanto o atual governo como a nova oposição simplesmente não conseguiram desenvolver mecanismos para estabelecer suas políticas em sua nova posição no cenário nacional. Em que pese ter havido uma clara inversão dos papéis, as ferramentas e discursos utilizados tanto pelo novo governo como pela oposição são exatamente os mesmos de seus antecessores.
Mesmo sendo questionável, de certa forma é até compreensível que o governo do PT se utilize dos mesmos instrumentos econômicos e políticos implantados pela administração anterior, haja vista que a "estrutura por traz do poder" não se alterou (e, infelizmente, demorará um pouco a mudar). Mais estranha é, no entanto, a postura do PSDB, que, sem as pressões da "estrutura por traz da esquerda", simplesmente está contra tudo aquilo que pregou e somente não conseguiu implantar por oposição do próprio PT."
Paulo Maciel Gonzaga Genovez (São Paulo, SP)

Antifisiologismo
"O Congresso está votando as reformas previdenciária e tributária. É chegada a hora de a sociedade se estruturar no chamado capital social (acompanhar as votações desses políticos) e, no embalo, pressionar para que seja encaminhada a reforma política. Como são eles próprios que irão votar mudanças nas suas regras, na chamada "Casa do povo", urge essa articulação contínua e a mudança de comportamento dos eleitores, tendo em vista as eleições municipais de 2004 e o tradicional esquecimento e desinteresse do eleitorado em acompanhar os políticos."
Daniel de Freitas Castilho (São José do Rio Preto, SP)

Armas
"Quero cumprimentar a Folha pelo artigo do senador Marco Maciel "O desarmamento e o referendo", publicado ontem ("Tendências/Debates", pág. A3).
Não há outra solução para a epidemia de homicídios no Brasil senão a proibição imediata e total da comercialização de armas de fogo e munição. É lamentável que o Senado Federal tenha aprovado a proposta chocha de um referendo a esse respeito. Morte por armas não é questão de preferência ou gosto individual, é matéria que cabe ao Congresso decidir. Esperemos que os srs. deputados resistam ao lobby da morte, das empresas de armamentos, proibindo logo a comercialização das armas."
Paulo Sérgio Pinheiro, expert independente das Nações Unidas para a Violência contra a Criança (Genebra, Suíça)

Na mesma
"Alguém ainda aguenta a ladainha de que o dólar aumentou, a Bolsa despencou e o mercado não aposta mais nos emergentes? Há oito anos vivemos nessa toada.
Apostamos num governo que apregoava mudança e independência do mercado e fomos surpreendidos por uma subserviência ainda maior. Felizes devem estar os argentinos, que elegeram um presidente corajoso e autêntico."
Sofia Zanforlin (Brasília, DF)

Prêmio Nobel
"Muitas críticas têm sido feitas à política econômica do governo Lula. No entanto os responsáveis por elas se "esquecem" da inflação que Lula herdou do governo FHC. Daí, pergunto: alguém sabe como se faz para derrubar uma inflação tão elevada, numa economia desindexada, sem promover uma recessão?
Se alguém souber a resposta, favor ir direto para Estocolmo a fim de receber, o quanto antes, o seu Prêmio Nobel de Economia."
Marcos Doniseti Vicente (Salto, SP)

Homônimos
"Parabéns ao autor do artigo "O Iraque e não tanto" (pág. A2, 1º/8), homônimo do político José Sarney. Não podemos crer que se trata da mesma pessoa. O homônimo, que escreve regularmente na Folha, revela imparcialidade e largueza de visão, inclusive geopolítica, em franca oposição à mentalidade provinciana e formalista que comanda as ações do atual presidente do Senado.
É incrível como os homônimos podem ser antônimos, o oposto um do outro! Ou será que é um caso de dupla personalidade?"
Gilberto de Mello Kujawski (São Paulo, SP)

Igreja
"A recomendação pela Igreja Católica, aos legisladores de todo o mundo, da não-aprovação de leis legitimadoras da união de pessoas do mesmo sexo biológico constitui um instrumento eficaz de fomento e de legitimação da violência física e simbólica contra uma parcela significativa da humanidade.
Ademais, essa contumaz "cruzada antigay" do papado romano reatualiza uma doutrina anacrônica, reducionista e sectária acerca da sexualidade humana, que tanto mal tem causado a homens e mulheres no mundo."
Francisco das Chagas Carvalho (Brasília, DF)


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