São Paulo, sexta-feira, 04 de outubro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Torcendo para ser boato
"Fernandinho Beira-Mar nos Estados Unidos? O governo fluminense está estudando a possibilidade de despachar o bandido para ser julgado nos Estados Unidos. Pobre país o nosso que nem sequer tem condições de manter preso e de julgar um bandido. Se a transferência acontecer, estaremos demonstrando total incapacidade para lidar com as mínimas coisas. Se não somos sérios e maduros o suficiente para cuidarmos dos nossos problemas policiais, o que podemos esperar?"
Ligia Valdrighi (São Paulo, SP)

Campanha
"Sem nenhum fato concreto, sem o menor indício de ilegalidade, ninguém pode ter direito de insinuar negligência ou qualquer tipo de comportamento ilegal ou imoral por parte de quem quer que seja. Ainda mais quando, por trás de reportagens como a da última terça-feira ('Empresário ocultou doação a Lula e Dirceu'), esconde-se uma deslavada e desesperada campanha contra Lula e contra o PT. Por isso é inadmissível que a Folha possa, impunemente, levantar suspeitas sobre cidadãos brasileiros, expondo-os e às instituições para as quais trabalham a insinuações maldosas apenas por não terem respondido de imediato às intimações dos seus repórteres. A Folha não é delegacia de polícia nem Ministério Público para obrigar alguém a abandonar os seus afazeres profissionais para atender seus repórteres."
Luiz Antunes Horta, ex-tesoureiro da campanha de 98 de José Dirceu à Câmara (São Paulo, SP)

Resposta dos jornalistas Rubens Valente e Lilian Christofoletti - A reportagem não insinuou nada. Informou que um empreiteiro contribuiu para as campanhas de Lula e de José Dirceu sem que o seu nome aparecesse na lista dos doadores. O tesoureiro de Dirceu não atendeu a Folha quando foi procurado, por dois dias.

Prefeituras do PT
"A reportagem "Prefeituras do PT contratam empresas de petistas em SP" (Brasil, pág. A4, 30/9), assinada pelos jornalistas Chico de Gois e Roberto Cosso, merece várias retificações para que o leitor seja informado corretamente. Sob o pretexto de justificar prévio julgamento, para validar o enfoque, omite informações que seriam fundamentais para a formação do juízo de valor do leitor, dirigindo para a conclusão a que se deseja chegar, de que os governos do PT privilegiam seus simpatizantes na contratação de empresas que prestam serviço a seus governos. Chico de Gois me ligou, quando esclareci a ele importantes pontos para a compreensão do que é a PG Comunicação. Como a reportagem omitiu essas informações, sinto-me no direito de levá-las ao conhecimento do leitor do jornal. A PG Comunicação existe desde 1993. Ao contrário do que tenta levar a crer a reportagem, o capital social da empresa não foi aumentado por conta do atendimento de contas de prefeituras do PT. Quando o capital social passou para R$ 700 mil, as contas públicas atendidas pela PG representavam 30% do faturamento da empresa e as duas contas de prefeituras do PT não representavam 8% do faturamento. A PG não atende mais as contas das prefeituras de Mauá, Ribeirão Pires e Catanduva, do PT, mas atende as das prefeituras de Santa Bárbara d'Oeste (PMDB) e Americana (PDT); A PG Comunicação é uma agência com estruturas autônomas em Campinas, São Paulo e Brasília, e tem na iniciativa privada a maior parte de seu faturamento. Temos como cliente uma indústria de bebidas -a maior no segmento de bebida curta do país-, um jornal de grande porte e empresas do segmento imobiliário e de construção civil e engenharia, entre contas de empresas menores. Ao contrário do que tenta fazer parecer a reportagem, minha atuação na comunicação governamental e política se dá muito antes do atendimento de contas do PT e de minha atuação como secretário de comunicação do governo petista de Mato Grosso do Sul. Fui assessor de comunicação da bancada paulista do PMDB durante a Constituinte (1987-88), atendendo no gabinete do deputado Ulysses Guimarães. Em 92, fiz campanhas eleitorais para vários candidatos -nenhum do PT. Em 2000, fiz a campanha do candidato do PFL ao governo de Campinas. A bem da verdade, destruir reputações não me parece ser a vocação desse diário. Edificamos nossa empresa à custa de muito trabalho e esperamos que a Folha cumpra sua legítima vocação de contribuir para a consolidação da democracia brasileira de forma responsável. Para isso, solicitamos o restabelecimento da verdade."
Eduardo Godoy, jornalista e publicitário, membro da Abcop -Associação Brasileira de Consultores Políticos (São Paulo, SP)

Museu
"Dez anos após o massacre no Carandiru, o complexo, desativado, recebe recordes de visitas de fazer inveja aos maiores museus do Brasil. Aquelas muralhas escondem um enorme atraso em ciência penitenciária e toda uma preciosa história de humilhação e de desprezo para várias gerações de seres humanos. Deveria ser uma visita obrigatória para todos os segmentos sociais. O Estado deveria, a exemplo dos alemães, que criaram museus em antigos campos de concentração nazistas, aproveitar o potencial de pelo menos um dos edifícios do Complexo Carandiru, para criar, com um esforço multidisciplinar das áreas de turismo, educação, cultura, e ciências criminais, um moderno "Museu da Causa Carcerária"."
Otávio Dias de Souza Ferreira (São Paulo, SP)

Paraná
"Gostaria de registrar o meu protesto pelo fato de o sr. Deonilson Roldo, secretário de Estado da Comunicação Social do Paraná, ter ocupado espaço nesta seção, em 1º/10, para uma defesa absurda do governador Jaime Lerner. A Folha não errou. O delegado do Trabalho Celso Costa, preso por fraude, está envolvido até o pescoço no caso que ficou conhecido como AMA-Comurb, em Londrina (PR). Um desvio de mais de R$ 160 milhões na gestão Antônio Belinati, ex-prefeito, que é marido da vice-governadora do Paraná, Emilia Belinati. Ela e o sr. Jaime Lerner receberam a indicação de Celso Costa e aceitaram-na, mesmo sabendo das denúncias do caso AMA-Comurb. Portanto não é verdadeira a afirmação do sr. Deonilson Roldo de que a Folha teve interesse em envolver o nome do governador do Paraná nesse caso. Sair em defesa do bandalho que virou o governo do Paraná é, no mínimo, um absurdo, pois, como ficou claro, são todos farinha do mesmo saco."
Roberto Teixeira (Londrina, PR)



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