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Editoriais
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Cautela no Ideb
DIVULGADOS em junho passado, os dados do Ideb
(Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) referentes a 2007 apontaram aumento nas médias dos alunos e a diminuição da reprovação. Os indicadores de qualidade da educação melhoraram, chegando a
atingir metas esperadas apenas
para 2009.
Desde então, o exame detido
dos números renova a necessidade de cautela. É o que se confirma com a notícia, publicada ontem nesta Folha, de que 674 municípios (16% dos avaliados) elevaram seus índices apenas com o
aumento nas aprovações -sem
que seus alunos tivessem melhorado seu desempenho nos testes
de português e matemática.
A informação levanta a hipótese da produção artificial de resultados. O programa federal,
por vincular repasse de verba
aos resultados do Ideb, favorece
esse tipo de distorção.
Além disso, algumas cidades
podem estar aplicando de boa-fé
a chamada progressão automática, como forma de evitar altos
índices de retenção e seus efeitos nocivos, como a evasão.
Nenhuma das duas possibilidades desautoriza, no entanto, o
projeto federal. A implantação
do Ideb é recente, e a série histórica, muito curta. Para evitar
manipulações, o índice combina
as notas da Prova Brasil (exames
de matemática e português) com
as taxas de aprovação.
Municípios que porventura se
beneficiaram de artifícios serão
naturalmente punidos nas próximas rodadas de avaliação, pois
terão promovido alunos incapazes de demonstrar os conhecimentos exigidos nos testes.
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