|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELIANE CANTANHÊDE
O tamanho do estrago
BRASÍLIA - Jorge Bornhausen e
Gilberto Kassab sobrevoaram o DF
nesta semana para tentar avaliar o
desastre "in loco". Concluíram o
que já era "concluível" com base em
imagens gravadas e reportagens: o
estrago é de bom tamanho. Só que
não só no DEM, pois avança pela
oposição inteira e já chega à cúpula
lulista do PMDB.
O maior empenho dos demo é para jogar Arruda ao mar e lançar uma
boia para o vice, Paulo Octávio, desde, claro, que não surjam outros vídeos voadores por aí contra ele. PO,
como é chamado, seria uma forma
de segurar o governo agora, não de
mantê-lo em 2011. Do jeito que a
coisa vai, o grande vitorioso em
Brasília é a esquerda, PT à frente,
PDT logo em seguida. Se os dois se
juntarem, podem decidir de véspera a eleição em 2010 na capital.
Na eleição presidencial, a avaliação é de que a oposição não tem para onde correr no DF: o que é pior,
ficar sem nada ou ir com Roriz? É
mais um vácuo, pois Serra e Aécio
não terão como pisar no Rio Grande do Sul sem vaias e vão se deparar
com uma penca de palanques para
Dilma e nenhum para si no Rio.
Além disso, a oposição está naturalmente em maus lençóis no Norte
e não está lá essas coisas no Nordeste, onde Lula tem uma força enorme, apesar de algumas brechas -na
Bahia, por exemplo.
É por essas e muitas outras que
Bornhausen deve estar louco da vida com o DEM do Paraná, que prefere se aliar ao PDT de Osmar Dias
do que ao PSDB do popular Beto Richa, rachando a aliança num reduto
favorável. Ele acha que não dá para
desperdiçar nada.
Com a chegada de dezembro, da
crise na capital e, ontem, do processo no STF contra o ex-presidente
do PSDB Eduardo Azeredo, cresce a
certeza de que são precisos "grandes lances". O principal seria a chapa Serra-Aécio, somando os decisivos São Paulo e Minas e salvando
PSDB, DEM, PPS e até os próprios
Serra e Aécio de um longo limbo.
Em alguns casos, sem volta.
elianec@uol.com.br
Texto Anterior: São Paulo - Fernando de Barros e Silva: "Peixe ensaboado" Próximo Texto: Rio de Janeiro - Ruy Castro: Excesso de confiança Índice
|