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São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2003

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POPULAÇÃO GLOBAL

O mundo já sobreviveu a muitas previsões catastrofistas. Uma das mais célebres foi a do economista inglês Thomas Malthus (1766-1834), para quem o crescimento da população sempre tenderia a superar o da produção de alimentos, o que levaria ao colapso social. O fato de profecias semelhantes terem falhado, e de a humanidade continuar existindo, até mais próspera do que era antes, não significa que não exista um problema demográfico.
Quanto maior o número de pessoas vivendo no planeta, maior a pressão sobre o ambiente, que já dá sinais de estresse. A água doce, por exemplo, já é escassa em várias regiões. O mesmo se dá com outros recursos naturais, como o petróleo.
A ONU acaba de rever para baixo suas projeções para a população global no ano de 2050. A previsão agora é de que, na metade do século, o planeta terá 8,9 bilhões de habitantes. Pela estimativa anterior, feita em 2000, seriam 9,3 bilhões.
A nova projeção encerra uma boa e uma má notícia. A má é que metade da redução de 400 milhões se deverá ao aumento nas taxas de mortalidade, principalmente por causa da Aids. A boa é que os índices de natalidade também estão caindo, devendo pela primeira vez ficar abaixo de 2,1 crianças por mulher (nível de reposição da população) na maioria dos países em desenvolvimento. Diminuições nas taxas de natalidade em geral estão associadas a melhorias na educação e nos serviços de saúde.
Mas até a boa notícia precisa ser relativizada. A queda na natalidade leva ao envelhecimento médio da população, o que gera problemas para os sistemas previdenciários, por exemplo. O número de sexagenários no mundo deverá triplicar até 2050.
O pesadelo malthusiano não se concretizou e provavelmente não o fará. Isso não significa que não devemos estar atentos a nossos padrões demográficos e de consumo para preservar recursos naturais. É preciso que deixemos um mundo para nossos filhos e netos usufruírem.


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