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POPULAÇÃO GLOBAL
O mundo já sobreviveu a muitas previsões catastrofistas.
Uma das mais célebres foi a do economista inglês Thomas Malthus
(1766-1834), para quem o crescimento da população sempre tenderia a
superar o da produção de alimentos,
o que levaria ao colapso social. O fato
de profecias semelhantes terem falhado, e de a humanidade continuar
existindo, até mais próspera do que
era antes, não significa que não exista um problema demográfico.
Quanto maior o número de pessoas vivendo no planeta, maior a
pressão sobre o ambiente, que já dá
sinais de estresse. A água doce, por
exemplo, já é escassa em várias regiões. O mesmo se dá com outros recursos naturais, como o petróleo.
A ONU acaba de rever para baixo
suas projeções para a população global no ano de 2050. A previsão agora
é de que, na metade do século, o planeta terá 8,9 bilhões de habitantes.
Pela estimativa anterior, feita em
2000, seriam 9,3 bilhões.
A nova projeção encerra uma boa e
uma má notícia. A má é que metade
da redução de 400 milhões se deverá
ao aumento nas taxas de mortalidade, principalmente por causa da
Aids. A boa é que os índices de natalidade também estão caindo, devendo
pela primeira vez ficar abaixo de 2,1
crianças por mulher (nível de reposição da população) na maioria dos
países em desenvolvimento. Diminuições nas taxas de natalidade em
geral estão associadas a melhorias
na educação e nos serviços de saúde.
Mas até a boa notícia precisa ser relativizada. A queda na natalidade leva
ao envelhecimento médio da população, o que gera problemas para os
sistemas previdenciários, por exemplo. O número de sexagenários no
mundo deverá triplicar até 2050.
O pesadelo malthusiano não se
concretizou e provavelmente não o
fará. Isso não significa que não devemos estar atentos a nossos padrões
demográficos e de consumo para
preservar recursos naturais. É preciso que deixemos um mundo para
nossos filhos e netos usufruírem.
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